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Estado de Minas

Mais um taxista é executado em BH

Motorista não reage a assalto, mas é baleado por ladrão na Pampulha. Ataques a profissionais crescem 51% em um ano


postado em 25/08/2012 07:58

O assassinato ontem à tarde do taxista Sebastião Baleno da Silva, de 69 anos, reforça a constatação de crescimento da violência contra os motoristas de praça em Belo Horizonte. Ele foi o segundo profissional morto em um assalto este ano na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Dados da Polícia Militar apontam que, nos primeiros sete meses, foram 173 ataques a taxistas na capital, 51,7% a mais que em igual período de 2011, com 114 ocorrências. No começo da noite, ainda no local do crime, o presidente do sindicato da categoria (Sincavir), Dirceu Efigênio Reis, recebeu ligação de solidariedade do coronel Rogério Andrade, comandante do Policiamento da Capital, que prometeu estratégias para conter a criminalidade contra os motoristas.

Um grande cerco policial foi montando momentos após a PM ser informada do assassinato do taxista. Agentes da Divisão de Crimes contra a Vida (DCcV) apuraram que o suposto passageiro entrou no táxi num ponto no Bairro São Francisco, na Região Pampulha. Imagens da câmera de segurança de uma farmácia perto do local seriam analisadas na tentativa de identificar o bandido, assim como vídeos dos sistemas de proteção dos imóveis vizinhos ao local do crime.

Sebastião Baleno foi morto depois de atingido por um tiro no peito. O criminoso, um homem moreno, mandou que o taxista descesse de seu Palio Weekend placa HIX 0445 em frente ao número 182 da Rua Hebert Brant Aleixo, no Bairro Itapoã, também na Pampulha. O ladrão assumiu a direção do carro e atirou no motorista. Em seguida, fugiu com o veículo, deixando para trás a carteira e relógio da vítima.

“Eu estava um pouco distante, mas percebi o táxi parado na rua, que não tem saída. Vi quando o senhor de idade desceu do carro e o homem saltou para o banco do motorista. Parecia uma situação normal, mas, quando o senhor disse alguma coisa ao rapaz, este atirou. O taxista deu ainda alguns passos e caiu no chão. Então percebi que era um assalto”, contou uma testemunha.

Uma moradora vizinha disse que ouviu apenas o barulho do tiro e foi ver do que se tratava, já que a rua é muito tranquila. “Quando olhei da varanda, o motorista estava caído. Não cheguei a ver o criminoso, que foi embora com o carro. Fui em socorro do taxista, segurei sua mão e disse que já havia pedido socorro. Ele, porém, não resistiu e morreu em poucos minutos.”

COVARDIA Dirceu Reis e vários colegas de trabalho de Sebastião Baleno foram ao local para acompanhar os trabalho da polícia e dar apoio à família do taxista. “Temos enfrentado ataques na maioria de usuários de drogas, em busca de qualquer quantia em dinheiro para sustentar o vício, já que nesse tipo de roubo não se consegue grandes valores. Nossa orientação aos taxistas é para que não reajam, pois eles estão com as mãos ao volante e o ladrão segurando a arma, o que dificulta a defesa”, disse o presidente do Sincavir. Dirceu Reis lembrou que em abril um taxista de 62 anos foi assassinado a facadas no Bairro Cabral, em Contagem, na Grande BH.

O filho único da vítima, o também taxista Cleison Matos Silva, de 33, acredita que o pai não tenha reagido. “Ele já havia sido assaltado várias vezes e não reagia. Meu pai foi morto na covardia, pois tinha descido do carro, deixando o motor ligado, pronto para o ladrão fugir”, explicou. Sebastião era viúvo e morava com o filho e uma irmã no Bairro Tupi, Norte de BH. De acordo com Cleison, apesar do cerco policial, o veículo em que ele trabalhava com o pai não havia sido encontra até o fim da noite.


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