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Estado de Minas

Assaltos a taxistas crescem 51%

De janeiro a julho foram 173 ataques a motoristas de táxi em BH, contra 114 no mesmo período do ano passado


postado em 18/08/2012 07:15

Era madrugada de quarta-feira quando o taxista Marcelo Heleno da Cunha, de 32 anos, foi trancado no porta-malas do carro em que trabalhava depois de ser rendido e roubado por dois homens armados que embarcaram na Avenida Augusto de Lima, no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O drama vivido pelo motorista é mais um para engrossar as estatísticas de crimes contra esses profissionais na capital, que continuam em expansão. De janeiro a julho, o aumento no número de ocorrências foi de 51% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Nos sete primeiros meses, de acordo com dados divulgados pela Polícia Militar, 173 taxistas foram assaltados em BH, contra 114 ataques registrados em 2011. Segundo o presidente do sindicato da categoria, Dirceu Efigênio, as estatísticas da PM não retratam a realidade. “São dados subnotificados. Muitos motoristas deixam de registrar a ocorrência de assalto por conta da demora no atendimento nas delegacias. Muitos relatam que chegam a esperar até cinco horas para conseguir um boletim de ocorrência”, diz o sindicalista.

Diante dessa situação, o presidente do Sincavir afirma que o medo faz parte da rotina dos cerca de 12 mil profissionais que trabalham diariamente nas ruas de BH. Ele acrescenta que a maioria dos assaltos é praticada por usuários de drogas, que aproveitam a vulnerabilidade dos taxistas para conseguir dinheiro e comprar crack ou maconha com o fruto dos assaltos. “Os motoristas andam com pouco dinheiro, em média R$ 100. Isso não atrai um criminoso comum, apenas viciados”, acredita. O taxista Marcelo, que ficou preso por uma hora e meia no porta-malas, teve R$ 350 levados pelos assaltantes.

Para tentar diminuir essa modalidade de crime, a Polícia Militar vai pôr em prática uma nova estratégia. Na semana passada foi anunciado que os locais onde são feitas operações policiais na capital serão divulgados com antecedência aos taxistas. Assim, o motorista que se sentir inseguro ou desconfiar de algum passageiro poderá se dirigir a um dos pontos onde a polícia estará presente, para que o passageiro seja abordado e identificado.

O coronel Rogério Andrade, chefe do Comando de Policiamento da Capital (CPC), explica que os taxistas terão acesso ao mapa das blitzes feitas diariamente e assim saberão onde buscar proteção. Acrescenta que o objetivo da estratégia é garantir a segurança desses profissionais, que ficam vulneráveis quando atendem um passageiro. “A intenção é criar a referência de onde a polícia vai estar, melhorando prevenção de crimes. Sabendo disso, os motoristas saberão onde pedir ajuda”, informa o militar.

CORREDORES DE SEGURANÇA
A estratégia para os taxistas faz parte da Operação Corredores de Segurança, implantada há um mês, com policiamento ostensivo 24 horas em 64 vias da cidade, com o objetivo de criar caminhos seguros para a população quando ela se desloca entre as regiões de BH. Em cada região são oito pontos de blitzes. As vias onde essas ações ocorrem serão modificadas periodicamente, e as mudanças serão discutidas entre a PM e o sindicato dos taxistas, que poderão sugerir melhorias na estratégia policial. A maneira como os locais das blitzes serão informados aos taxistas está sendo discutida e uma das possibilidades é criar na sala de operações um canal exclusivo para os motoristas profissionais.

No volante até 12 horas por dia, taxistas avaliam de maneira positiva a nova estratégia adotada pela PM. Vítima de três assaltos, Luiz Augusto Ferreira, de 55, já sentiu na pele a sensação de ficar sob a mira de armas e ter o dinheiro que sustenta a família levado por bandidos.

Trabalhando de 10h até o início da madrugada, ele se sente inseguro principalmente à noite, apesar de revelar que um dos assaltos ocorreu durante o dia. “Sabendo das operações, eu poderia seguir até um ponto onde a polícia estivesse. Isso me traria mais segurança e poderia tirar a dúvida quanto a um passageiro de forma discreta, sem gerar uma situação constrangedora com as pessoas de bem.”


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