A polícia prendeu um dos traficantes mais procurados na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Júnior Faria Mota, de 32 anos, o Juninho do Açougue, foi encontrado em Mucuri, no litoral Sul da Bahia. Em Minas, o homem não levantava suspeitas e comandava um pequeno supermercado. De acordo com a Polícia Civil, o empresário, foragido desde 2008, atuava em Betim e outras cidades da Grande BH. Ele é apontado como mandante de ao menos 11 assassinatos.
Juninho começou a ser procurado pela polícia em 2008, durante a Operação “Abacaxi”. Segundo o delegado Júlio Wilke, da 6ª Delegacia Antidrogas uma quadrilha de traficantes que atuava principalmente em Betim e usava o comércio de frutas para encobrir a venda de cocaína e maconha já era investigada. Em junho daquele ano, oito pessoas acabaram presos com 150 quilos de drogas, porém Juninho não foi encontrado.
A polícia suspeita que mesmo a distância, o traficante comandava a quadrilha em Betim. “Ele era considerado uma de nossas metas por ser líder do tráfico e pelos envolvimentos e homicídios. Devido à força dele no tráfico da cidade e ao patamar que ele estava, ele tinha respeito e poder para continuar mandando mesmo de longe. Isso ainda será investigado”, explica Júlio Wilke.
Em Mucuri, além do supermercado Juninho vivia em uma casa de dois andares e com uma piscina. O suspeito nega as acusações, dizendo que fugiu para a Bahia por medo das acusações que foram feitas contra ele. “Era casado e tinha um filho de um ano. Escolhi Mucuri porque queria recomeçar minha vida e, em viagens de férias, vi que o local tinha bom potencial para o comércio. Mas não matei ninguém e o que tenho hoje veio de muito trabalho. Devo cartões de crédito e cheque especial. Se fosse traficante, não precisaria disso”, defende-se o suspeito.
A polícia aponta Juninho como responsável de pelo menos 11 mortes, incluindo uma chacina em novembro de 2007, onde seis pessoas foram executadas dentro de um bar no Bairro PTB, um dos mais violentos de Betim.