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Estado de Minas

Golpe leva engenheiro de BH ao Rio atrás da filha

Engenheiro de BH pega estrada de madrugada após receber telefonema informando que jovem estaria sob poder de bandidos. Ele só parou três horas depois, quando falou com ela


postado em 08/08/2012 06:00 / atualizado em 08/08/2012 06:48

Acordado durante a madrugada pelo telefone celular, o engenheiro paranaense Pedro (*), de 46 anos, que mora em um condomínio de alto luxo no Bairro da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, viveu ontem horas de pânico sob a ameaça de falsos sequestradores. Ao ouvir gritos do outro lado da linha, que seriam de sua filha Sofia, de 14, que mora com a mãe dela no Paraná, e estaria em poder de sequestradores, o engenheiro não pensou duas vezes. Avisou a atual esposa, Cláudia (*), de 33, e o filho pequeno e saiu com o carro da família em disparada para o Rio de Janeiro, seguindo ordens dos bandidos.


Eles exigiram os números dos telefones fixos do apartamento dele e do celular da atual mulher. Com a mesma história do sequestro, mantiveram todos os números ocupados, impedindo que alguém da família conseguisse ligar para a casa da garota no outro estado e checar se ela estava bem. Apavorado, em nenhum momento o homem percebeu que estava caindo no golpe do falso sequestro. Pedro foi convencido pelo relato dos criminosos, que disseram que a filha dele havia sido sequestrada e que se determinada quantia não fosse imediatamente depositada ela seria morta. A performance teatral dos golpistas incluiu gritos de uma criança ao fundo da ligação, que bastaram para convencer o engenheiro, além do fornecimento de dados precisos a respeito da menina, como o endereço onde morava com a mãe no Paraná, o nome completo e a idade.


Depois de sair de casa, Pedro permaneceu desaparecido por mais de três horas. Não fez contato com ninguém da família e também não atendia ligações. Seu telefone celular permanecia ocupado o tempo inteiro. “Eu já estava desconfiada de que devia ser golpe. Cheguei a gritar com Pedro, mas ele não me ouviu. Estava louco de preocupação. Só pensava em salvar a filha. Logo que ele saiu com o carro da garagem, consegui falar com a menina no Paraná”, explicou a dona de casa, que acionou imediatamente a polícia. A mulher orientou a filha a continuar ligando para o pai e mandando mensagens. Enquanto isso, ela saiu dentro da viatura percorrendo a cidade, tentando encontrar o marido.

Mensagem

“Meu marido podia estar em uma favela no Rio, podia ter batido o carro ao sair dirigindo desnorteado e falando ao celular, ou talvez tivesse sido sequestrado ao se deparar com o suposto sequestrador. Não sabia mais o que pensar”, desabafa a mulher, bastante assustada. Depois de três horas, a própria filha conseguiu falar com o pai. “Como ele estava dirigindo em uma região serrana, onde a linha caía muito, ela conseguiu comunicação por mensagem, avisando que estava bem. Ele então ligou, confirmando a informação”, conta Cláudia. Segundo ela, o marido já havia feito uma parada em uma cidade do interior com a intenção de fazer o depósito na conta exigida. Mas não chegou a haver transferência de dinheiro em conta, apenas de créditos para o telefone dos assaltantes no valor de R$ 400, que usavam um pré-pago com prefixo do Rio de Janeiro.


“Antes de fazer qualquer transação com bandidos, tem de avisar à polícia”, alerta o sargento Paulo Breno de Oliveira Armani, da 127ª Companhia de Polícia Militar, que pertence ao 22º Batalhão de Polícia Militar. Ele só encerrou a ocorrência às 7h40, com o retorno de Pedro à residência, bastante abalado e sem condições de dar entrevista. “O golpe é relativamente antigo, mas acaba pegando a pessoa de surpresa porque os criminosos buscam se informar antes sobre detalhes da família. Depois, as pessoas se sentem constrangidas ao cair na conversa deles”, conclui o militar.

 

(*) nomes fictícios

 

 

FIQUE ATENTO

 

A primeira ação dos golpistas é tentar convencer o interlocutor de que uma pessoa da família foi sequestrada. Nas ligações, geralmente se ouvem gritos ao fundo e, sem perceber, os golpistas conseguem detalhes da suposta vítima, como o nome e onde está.

Antes de entrar em desespero, procure checar a informação sobre o sequestro. Se o número da pessoa com quem está tentando falar estiver ocupado, ganhe tempo, e se necessário, desligue na cara dos golpistas logo no início da conversa para deixar a linha disponível para tentar contatar a pessoa.

Não se deixe amedrontar pelas ameaças e considere que quando os golpistas disserem que não pode desligar, é exatamente porque não querem que você tenha a chance de verificar o que eles afirmam.

 

De forma geral, durante a conversa, nunca forneça ou confirme qualquer dado seu ou de seus familiares, endereços ou local de trabalho. Se forem verdadeiros sequestradores já saberão tudo, se não forem é melhor não muni-los de informações sobre você e sua família.

Uma vez verificado que é golpe, o conselho é ligar para a polícia denunciando o fato, fornecendo inclusive o número de origem da ligação, sempre um celular.

Não atenda nunca mais telefonemas vindos daquele número, em hipótese alguma. Lembre-se que estará tratando com criminosos e provavelmente presidiários.
Fonte: PMMG


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