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Estado de Minas

Jovem que atropelou grupo na saída de boate é autuado por homicídio doloso

Inabilitado e embriagado, rapaz de 18 anos jogou veículo contra três pessoas, matando uma delas


postado em 05/08/2012 11:50 / atualizado em 05/08/2012 19:56

Hudson Eduardo Silva, de gorro, presta depoimento no Detran, ao lado dos colegas que estavam com ele no carro (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Hudson Eduardo Silva, de gorro, presta depoimento no Detran, ao lado dos colegas que estavam com ele no carro (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


Hudson Eduardo Silva, de 18 anos, que atropelou neste domingo duas pessoas e matou uma terceira, vai responder a inquérito por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Além disso, ele responderá também pelo crime de lesão corporal. Se condenado, o jovem poderá ser sentenciado em até 30 anos de prisão. A informação é da delegada de plantão do Detran, Rosângela Tulher, que fez o auto de flagrante de Hudson, na tarde deste domingo. Ele está preso no Detran, na Região Centro-Sul da capital e será transferido para a Cadeia Pública de Nova Lima, onde os crimes ocorreram.

Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, o jovem de 18 anos atropelou de propósito, na madrugada deste domingo, após sair de uma boate, em Nova Lima, um rapaz, não identificado pelo Polícia Militar, e Daniel Henrique Barbosa dos Santos, de 25 anos, internado no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. Wellington Ribeiro de Faria, de 60 anos, também foi atropelado por Hudson e morreu antes da chegada do socorro médico. Hudson estava acompanhado de dois amigos, que foram ouvidos pela delegada e liberados em seguida. A delegada disse que não foi apurado envolvimento no ato criminoso de Lucas Marsal Silva Duarte, de 23 anos, e Yago Bruno Portilho Siman, de 20.

De acordo com a Polícia Civil, Hudson é inabilitado, estava embriagado e não possuía o documento do carro que dirigia, um Fiat Uno com placa de São Paulo. Ele alegou ser o dono do veículo, que não possui registro de furto ou roubo.

Atropelamento

De cordo com a polícia, Hudson e os dois amigos contaram que se envolveram em uma briga dentro da Hard Rock Café, em Nova Lima, após um deles mexer com uma mulher que estava acompanhada por outro homem. Por causa da briga, eles teriam sido expulsos da casa noturno pelos seguranças. Os jovens afirmaram que foram agredidos pelos seguranças.

Ainda conforme o depoimento do trio, eles entraram no carro e, quando se preparavam para sair, viram um grupo seguindo em direção ao veículo para agredi-los. Ele teriam ficados assustados, subindo a rua de carro, que não tem saída. Neste momento, eles contam, atropelaram um rapaz. Ao descerem a via, o mesmo grupo estaria armado com pedaços de ferro e madeira e, numa tentativa de se defenderem, avançaram com o veículo sobre as vítimas e fugiram do local.

A polícia informou que Wellington estava dentro de uma van quando viu o primeiro rapaz atropelado. Ele teria desembarcado do veículo para socorrer a vítima quando foi atingido pelo Uno que descia a rua em alta velocidade. Ele sofreu ferimentos múltiplos, morrendo no local do atropelamento. O motorista, que morava no Bairro Palmares, trabalhava com transporte escolar e fazia transporte de jovens à noite, que, por causa da Lei Seca, o contratavam para levar a bares e boates. Ele aguardava um grupo sair da casa noturna para levá-lo de volta quando ocorreu a tragédia.

Cerco

Imediatamente após o atropelamento, a polícia montou um cerco para deter o trio. Eles foram interceptados na Região da Savassi, mas conseguiram fugir dos policiais. Ao passarem pelo cruzamento das ruas Camões e Dantes, Hudson perdeu o controle da direção do veículo, que bateu no meio-fio e invadiu a calçada. Danificado, o veículo parou de funcionar. Os três foram detidos antes mesmo de desembarcarem.

No fim da manhã deste domingo, Hudson foi levado para o Instituto Médico-Legal para exames periciais antes de ser encaminhado para a Cadeia Pública de Nova Lima.

Velório

O corpo de  Wellington Ribeiro de Faria chegou às 16h30  à Funerária São Cristóvão, no bairro  Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte. Ele deixa mulher, três filhas e um neto. No velório, o clima era de muito pesar e de lambranças sobre a personalidade de Wellington, descrito por amigos como uma pessoa "boa, alegre e expansiva". A mãe dele, dona Débora, de 83 anos, também estava presente ao velório. O corpo de Wellington será enterrado nesta segunda-feira, às 10 horas, no Cemitério Bosque da Esperança,  localizado na divisa de Belo Horizonte com Santa Luzia, na Região Metropolitana.

Caso semelhante no Norte de Minas

Em Montes Claros, o estudante de administração de empresas Luiz Filipy Oliveira Almeida, de 23 anos, foi indiciado por dupla tentativa de homicídio qualificada por ter atropelado intencionalmente duas pessoas na saída de uma casa de shows da cidade. O fato ocorreu na madrugada de 16 de junho depois de o estudante se envolver em uma briga na casa noturna. O atropelamento foi filmado pelo sistema de vigilância Olho Vivo e teve repercussão nacional.

Uma das vítimas do atropelamento, o comerciante Camilo Martins Lima, de 24 anos, sofreu traumatismo craniano e continua internado em estado grave no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da Santa Casa de Montes Claros. De acordo com boletim médico, sem recuperar as funções neurológicas, ele está sendo mantido em coma e corre o risco de ficar tetraplégico. A outra vítima, o estudante Bruno Sandrer, sofreu lesões na perna esquerda, na barriga e no rosto e foi liberado no mesmo dia do acidente.


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