A Justiça decretou a internação das duas adolescentes de 13 anos que assassinaram e arrancaram o coração de uma colega, Fabíola Santos Corrêa, 12, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, por tempo indeterminado. De acordo com a decisão da juíza Patrícia Narciso Alvarenga, da comarca de Igarapé, na Grande BH, que foi proferida nesta sexta-feira, a pena será revisada a cada seis meses. Para a magistrada, não há dúvidas que as meninas são as autoras do crime, além de fantasiarem e mentirem sobre o fato.
O modo como as adolescentes trataram o caso pôde ser visto durante as investigações e em audiências realizada no Fórum de Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As duas garotas não mostraram nenhum arrependimento e até debocharam da situação. Depois da oitiva das mães delas, por exemplo, as adolescentes chegaram a deixar o Fórum de Igarapé sorrindo.
Segundo a polícia, no dia seguinte à festa, Fabíola foi atraída pelas colegas para assistir a um jogo de futebol em um campo da cidade. Quando passavam por um lote vago, local usado para cortar caminho, umas das adolescentes retirou uma faca da mochila e colocou no pescoço da vítima. A menina tentou se desvencilhar e acabou ferida. Com o pescoço cortado, Fabíola tentou correr e levou uma facada nas costas. Como continuou de pé, uma das garotas lhe deu uma rasteira e a derrubou. A outra pegou um pedaço de ferro, que segundo a polícia tinha 1,5 metro e era bastante pesado, e deu pancadas na menor.
Não satisfeitas, as garotas abriram o peito da menor e arrancaram o coração da menina. Além do órgão, um dedo do pé de Fabíola também foi cortado. As partes do corpo da vítima foram colocados em uma folha de caderno e depois em um saco plástico e jogado em um rio.
Para a juíza Patrícia Alvarenga, não há dúvidas sobre a autoria do crime. “Para mim está muito claro que elas são sim autoras do ato infracional que ensejou na morte brutal, violenta, cruel, desumana e bárbara de uma adolescente de 13 anos que tinha uma vida pela frente”. Com esses argumentos ela decretou a internação das jovens. “No atual estágio, entendo que aplicar às adolescentes outra medida será ineficiente, visto que necessitam de atenção maior do Estado no seu processo de ressocialização”, disse.
As adolescentes estão detidas no Centro de Reabilitação São Gerônimo, no Bairro Horto, na Região Leste de Belo Horizonte.