A professora Irlene Alves de Oliveira prestou depoimento na manhã desta quarta-feira na 4ª Delegacia de Polícia de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, sobre a denúncia de racismo contra uma menina de 4 anos no Centro de Educação Infantil Emília. Segundo o delegado Juarez Gomes, o relato dele foi mais detalhado que das outras envolvidas no caso e ajudou a “sedimentar” a ideia de que houve um crime de injúria.
A educadora testemunhou a avó de um aluno, Maria Pereira da Silva, invadir a escola e, aos gritos, chamar a garota de “negra e preta horrorosa e feia”. Maria teria ficado insatisfeita porque o neto dançou quadrilha com a menina negra.
Já prestaram depoimento na delegacia a professora que denunciou o caso, Denise Cristina Pereira Aragão, a mãe da criança, Fátima Viana Souza, a diretora da escola, Joana Reis Belvino, e a suspeita, Maria Pereira da Silva, que negou os xingamentos. A aluna também foi ouvida por conselheiros tutelares e o relato será anexado ao inquérito policial. Os depoimentos estão encerrados e o delegado espera concluir a investigação na sexta-feira, quando deve indiciar Maria Pereira por injúria.
Segundo relatos da mãe da criança, a festa junina aconteceu em 7 de julho. Como tradicionalmente acontece nas escolas, a filha dançou quadrilha com um colega de sala. No dia 10, a avó do menino foi até a escola e ofendeu a garota. Muito abalada, a criança passou mal no outro dia, mas a mãe só ficou sabendo do caso quando a professora Denise Cristiana comunicou à família.