Depois de mais de sete horas de depoimentos, terminou na noite desta quinta-feira, a audiência para apresentação das adolescentes acusadas de assassinar a colega, Fabíola Santos Corrêa, 12, com golpes de faca e barra de ferro em São Joaquim de Bicas, na Grande BH. Como o caso corre em segredo de Justiça, o teor não foi informado. Uma outra audiência sobre o caso deve ser marcado para a próxima semana.
As duas garotas chegaram em um Palio Prata às 12h10 usando uniforme do Centro Socioeducativo do Bairro Horto, na Região Leste da capital . Estavam no banco traseiro do veículo e foram retiradas do carro por dois detetives da Polícia Civil de Bicas. Segundo o promotor da Vara da Infância e do Adolescente, Ronaldo Assis Crawnford, as duas garotas ficaram tranquilas e responderam todas as perguntas dele e da juíza Andrea Faria Menes. Cada uma das adolescentes foi ouvida por cerca de 2h. As mães delas também prestaram depoimento. A justiça tem até 27 de julho para decidir qual medida as meninas terão de cumprir.
Decepção familiar
Antes de ser ouvida pela juíza, a mãe de uma das adolescentes se mostrou insatisfeita com a atitude da filha e afirmou que não quer mais vê-la. “Por mim eu nem estaria aqui. O pessoal da minha rua está me culpando pelo que ela fez e até chegaram a roubar a minha casa”, disse emocionada.
Menores agiram sozinhas
O delegado responsável pelo caso, Enrique Solla, afirmou, antes da audiência, que as duas adolescentes agiram sozinhas. Segundo ele, as meninas teriam força suficiente para agredir Fabíola, que tinha os ossos frágeis.
O laudo da arcada dentária de Fabíola ficou pronto na noite desta quinta-feira. O resultado confirmou a identidade da vítima. Segundo Solla, o corpo deve ser liberado do Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte na manhã desta sexta-feira.
Crime
Fabíola foi atraída pelas colegas para assistir a um jogo de futebol em um campo de Bicas. Quando passavam por um lote vago, local usado para cortar caminho, umas das adolescentes retirou uma faca da mochila e colocou no pescoço da vítima. A menina tentou se desvencilhar e acabou ferida. Com o pescoço cortado, Fabíola tentou correr e levou uma facada nas costas. Como continuou de pé, uma das garotas lhe deu uma rasteira e a derrubou.
A outra agressora pegou um pedaço de ferro, que segundo a polícia tinha 1,5 metro e era bastante pesado, e deu pancadas na menor. As garotas abriram o peito da menor e arrancaram o coração de Fabíola. Além do órgão, um dedo do pé de Fabíola também foi cortado. As partes do corpo da vítima foram colocados em uma folha de caderno e depois em um saco plástico.