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Estado de Minas

Contaminação das areias dos parques infantis preocupa escolas de BH

Após alergia e indisposição intestinal entre alunos, instituições particulares de educação infantil têm orientação sobre como limpar adequadamente espaço usado por crianças


postado em 18/06/2012 06:46 / atualizado em 18/06/2012 07:41

Especialista faz demonstração em escola da Região Centro-Sul (foto: Jackson Romanellii/EM/D.A Press )
Especialista faz demonstração em escola da Região Centro-Sul (foto: Jackson Romanellii/EM/D.A Press )

Preocupados com a possibilidade de contaminação das areias de parquinhos infantis, diretores de 50 escolas particulares da educação infantil de Belo Horizonte procuraram o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais para pedir orientações sobre como tratar os tanques reservados à brincadeira da criançada. Ontem, o químico Niucesar Estevam Vieira, de Vitória, no Espírito Santo, explicou aos educadores que não basta apenas lavar a areia com cloro, como algumas unidades fazem, uma vez por mês. “É necessária uma composição mais complexa e atóxica, claro, com ovicida, larvicida e fungicida. Após a descontaminação a areia fica segura por cerca de seis meses”, explica Niucesar.

De acordo com o presidente do Sindicato, Emiro Barbini, quatro crianças de três escolas da Região Centro-Sul apresentaram alergias e indisposição intestinal em função do contato com areia contaminada. Barbini diz que todas as escolas de educação infantil têm quadrados de areia e que o convite ao químico capixaba serviu para esclarecer dúvidas e conscientizar os diretores sobre a importância de preservar o local e mantê-lo desinfetado. Segundo ele, essa preocupação deveria se estender às autoridades municipais, no que diz respeito aos parques públicos. No fim do ano passado, a pedido do Estado de Minas, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) testou a qualidade da areia de quatro parques públicos da Região Centro-Sul da capital e descobriu a presença de coliformes fecais e ovos de vermes em quase todas.

“Conversamos com pediatras e sabemos que a areia contaminada pode trazer riscos graves à saúde das crianças. São pombos, gatos e outros animais que podem contribuir para essa contaminação por causa das fezes. As escolas afetadas registraram casos de alergia, infecção e até contaminação visual por bactérias. Algumas escolas usam cloro de tempos em tempos, mas não é suficiente. Há um projeto de lei em tramitação que determina o cuidado frequente com esse espaço e somos favoráveis, pelo bem das crianças”, afirmou.

Análise
O estudo feito em dezembro do ano passado pelo Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG coletou amostras na Praça Nova York, no Sion, no Parque Municipal Juscelino Kubitschek, no Bairro Mangabeiras, na Praça da Assembleia, em Lourdes, e na Praça Ney Werneck, no Belvedere. No Laboratório de Microbiologia as amostras foram misturadas e incubadas por 24 horas numa estufa exposta à temperatura de 35°C, com condições para que as bactérias pudessem se desenvolver.

Como não há uma legislação específica no Brasil que determine os limites aceitáveis de contaminação, foi utilizada uma resolução municipal do Rio de Janeiro usada para a classificação das areias das praias cariocas como parâmetro para análise da areia dos parques de BH.

A partir dela foi possível observar que o contato com a areia do Parque JK e das praças Ney Werneck e Nova York não é recomendado. De acordo com a análise, a Praça da Assembleia foi a única que não apresentou coliformes fecais (Escherichia coli) e, neste patamar, sua classificação é ótima. No entanto, para coliformes totais, o número mais provável foi de 28.500 para 100g de areia, o que a classifica como regular, segundo a resolução municipal do Rio de Janeiro.

As outras praças apresentam níveis muito acima do permitido para coliformes fecais e o contato com a areia não é recomendado. No parâmetro de coliformes totais, a Ney Werneck e a Nova York também têm valores elevados e não são recomendadas. O Parque JK é avaliado de forma regular. Também foram detectados ovos de ancilostomídeo, Ascaris lumbricoides (lumbriga), Trichuris trichiura e Enterobius vermiculares.

Projeto de lei propõe norma

Está em análise por comissões da Câmara dos Vereadores o Projeto de Lei 2.207/2012, do vereador Joel Moreira Filho (PTC), que prevê a obrigatoriedade de tratamento e assepsia da areia em tanques destinados a lazer e recreação em áreas públicas ou privadas.

 


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