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Estado de Minas

Líder de sequestro no Fernão Dias tem longa carreira de crimes

Chefe da quadrilha que invadiu apartamento e fez família refém no bairro Fernão dias tem 19 anos de condenação e estava foragido. ele é acusado ainda por vários crimes


postado em 06/06/2012 06:00 / atualizado em 06/06/2012 06:50

 

Uma das crianças é carregada por bombeiro depois de libertada pelos assaltante, na madrugada(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Uma das crianças é carregada por bombeiro depois de libertada pelos assaltante, na madrugada (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

O líder do bando que sequestrou uma família no Bairro Fernão Dias, na Região Nordeste de Belo Horizonte, Rosiel Vieira dos Santos, de 31 anos, deveria estar preso cumprindo duas condenações por homicídio e assalto, que somam 19 anos e três meses de prisão. Ele fugiu da Penitenciária José Maria Alkimim, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de BH, em 29 de junho do ano passado. A Justiça expediu mandado de prisão, mas a polícia não conseguiu recapturá-lo e ele cometeu outros crimes, como o sequestro de ontem.

A primeira condenação dele é de 12 anos, pelo assassinato de Marco Antônio Oliveira, em 27 de abril de 1999, em Contagem, na região metropolitana, e a sete anos e três meses por assalto. Ele ainda aguarda julgamento pelo assassinato de Rogério Luiz dos Santos.

De acordo com a Polícia Civil, a ficha criminal de Rosiel é extensa, com muitas prisões, inclusive preventivas, e fugas. Em 6 de agosto de 2002, ele assaltou uma agência do Unibanco do Barro Preto, na capital, e foi preso pela equipe da Delegacia de Roubo a Banco. Em 29 de maio de 2007, assaltou a Nutrifaz, especializada na produção e distribuição de cestas de alimentos. Em 18 de janeiro deste ano, a vítima de assalto foi Carlos José da Silva, em Contagem.

Em 23 de março de 2001, Rosiel conseguiu escapar da Penitenciária Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, e foi recapturado em 20 de agosto do mesmo ano. Depois, passou por diversas unidades prisionais, como a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, José Maria Alkimim, e o Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte.

Segundo informações do Fórum Lafayette, Rosiel não recebeu nenhum benefício da Justiça para estar solto. “Estava em cumprimento de duas condenações em Ribeirão das Neves quando fugiu. O mandado de prisão contra ele estava em aberto e foi cumprido agora”, informaram.

Ontem à noite, o titular da 3ª Delegacia de Operações Especiais, João Marcos de Andrade Prata, concluiu o auto de prisão em flagrante da quadrilha e encaminhou os quatro adultos para o Ceresp São Cristóvão e a adolescente de 17 anos, envolvida no sequestro no Fernão Dias para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, na Avenida Afonso Pena.

 

Uma das crianças é carregada por bombeiro depois de libertada pelos assaltante, na madrugada(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Uma das crianças é carregada por bombeiro depois de libertada pelos assaltante, na madrugada (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
 

 

 

Negociação tensa

As duas primeiras horas de negociação foram as mais tensas, segundo o comandante do Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate), tenente-coronel Marcelo Vladmir Corrêa, coordenador e gestor da crise no sequestro. “Foram 12 horas de negociação, mas a questão do tempo não é importante. Foi uma ação difícil, mas controlada. Se o nosso objetivo é liberar os reféns, apreender as armas e prender os infratores, vamos fazer isso no tempo que for possível”, disse o tenente-coronel, lembrando que já houve rebelião em presídio que demorou quatro dias, na região metropolitana. Em outra negociação, no Bairro Santa Lúcia, na Região Centro-Sul da capital, a negociação demorou apenas três horas.

A operação de ontem foi considerada vitoriosa pelo comandante do Gate, pois tudo foi resolvido sem derramamento de sangue. “O início foi muito complicado devido ao nervosismo das pessoas. Era um momento difícil para a polícia estabelecer um canal de negociação. Passadas duas horas, o diálogo caminhou praticamente bem”, informou.

Quando há crianças entre os reféns, a preocupação é maior, segundo ele. “A gente tem de pensar na fragilidade da criança e tentar manter ao máximo o bem-estar dela para não causar transtorno psicológico. É traumático, ainda mais para uma criança de 4 anos, que percebe mais o perigo. A menina de 2 anos ainda não tem muita percepção”, disse.

Cada negociação tem a sua complexidade, segundo o comandante do Gate. “Trabalhamos com todas as possibilidades, o que facilitou muito. Inserimos um advogado nas negociações, e deu certo. Inserimos um agente da Polícia Civil, e deu certo. Cedemos cigarros para eles, e deu certo. Todos os procedimentos e condutas deram certo”, disse. Em algumas negociações, segundo o tenente-coronel, a PM recorre às famílias dos suspeitos para convencê-los a se entregar à polícia. “A mãe tem um significado muito grande”, explicou.

No caso do Fernão Dias, o Gate empenhou 30 policiais na operação, além de 15 militares do 16º Batalhão e mais 20 da Polícia Civil. Muitos ficaram em pontos estratégicos, com armas em punho e a postos, sob alerta, prontos para qualquer ação inesperada dos suspeitos. Equipamentos especiais foram usados, mas não divulgados por questão de estratégia. “Usamos equipamentos de escuta e de visual, além de outras tecnologias que não podem ser reveladas”, disse o tenente-coronel. O Gate completa 25 anos de criação e ele considera um presente o resultado da operação. “Sedimenta uma técnica e uma experiência adquiridas ao longo dos anos”, acrescentou.


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