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Estado de Minas

Sismógrafos já estão à espera de tremores no Norte de Minas

Cinco equipamentos foram instalados em Montes Claros por técnicos da Universidade de Brasília para identificar causas de terremoto de 4.5 graus que causou danos à cidade


postado em 26/05/2012 06:00 / atualizado em 26/05/2012 07:11

Mônica Von Huelsen, da UnB, visita o Bairro Vila Atlântica e se encontra com Marisa, que tem casa condenada(foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)
Mônica Von Huelsen, da UnB, visita o Bairro Vila Atlântica e se encontra com Marisa, que tem casa condenada (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)

Uma equipe de cinco técnicos do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) iniciou, ontem, a instalação dos equipamentos para monitoramento dos tremores de terra registrados em Montes Claros, no Norte de Minas. Serão montados cinco sismógrafos que vão oferecer dados a respeito do epicentro e confirmar a causa dos abalos que, segundo técnicos da UnB, podem ser resultado de uma falha geológica na região. Agora, é necessário que ocorram sismos para que o registro seja feito.

De acordo com os registros do observatório, desde 1995 até hoje foram registrados 23 abalos na cidade. Os fenômenos se intensificaram nos últimos quatro anos: foram 18 abalos desde o dia 15 de dezembro de 2008 até ontem. O tremor do último sábado, de 4.5 graus na escala Richter, foi o de maior intensidade ocorrido no município. O sismo provocou danos em 60 casas. Seis delas estão condenadas e duas interditadas.

A chefe interina do Observatório Sismológico, a geofísica Mônica Giannoccaro Von Huelsen, que também integra a equipe, afirmou que o abalo é considerado moderado, tendo como causa mais provável uma fenda geológica. Ela ainda revelou que, pelo histórico dos sismos, na sequência sempre são registrados tremores de menor intensidade por causa da acomodação das camadas do interior da terra.

Mônica Von Huelsen declarou que pelas características da região está afastada a possibilidade de ocorrência de tremores com intensidade acima de 5 graus na Escala Richter, que teria capacidade de produzir danos mais sérios. “Não há motivo para a população se alarmar. As construções com boa estrutura não correm riscos”, assegurou a geofísica.

Especulações

A especialista também descartou a hipótese dos abalos terem sido causados pela presença de cavernas subterrâneas, exploração de poços artesianos ou pela atividade de pedreiras, conforme especulam moradores da região. “Com certeza, a causa é uma falha geológica”, comentou. Segundo ela, os sismógrafos serão instalados em diferentes pontos do município e, a princípio, o monitoramento será feito durante dois meses. Mas ainda não se sabe quando os resultados serão divulgados. A equipe da UnB participou na tarde de ontem de reunião com o secretário-executivo da Defesa Civil estadual, tenente coronel Fabiano Vilas Boas, e com o prefeito de Montes Claros, Luiz Tadeu Leite.

A comitiva ainda visitou casas atingidas pelo tremor no Bairro Vila Atlântica, onde foram registrados os danos mais sérios e Mônica Von Huelsen conversou com moradores, como a doméstica Marisa Rodrigues Lima, de 26 anos, que teve a casa condenada pela Defesa Civil.


ENTENDA O CASO

Dia 19 – Tremores assustaram os moradores de Montes Claros às 10h40. Casas ficaram danificadas e um shopping foi esvaziado
Dia 20 – Observatório Sismológico da Universidade de Brasília confirma ocorrência de dois tremores na cidade. O primeiro, mais forte, registrou 4.2 graus na escala Richter, e o segundo, 3 graus. Uma casa teve a estrutura comprometida. Outros dois abalos de menor intensidade foram sentidos
Dia 21 – Autoridades de Montes Claros enviam relatório à Secretaria Nacional de Defesa Civil informando dos estragos e pedindo ajuda. Dois técnicos da UnB chegam para monitorar a área
Dia 22 – Moradores sentem novo tremor em diversas partes da cidade. O observatório registrou o abalo às 14h09 de magnitude 2.6 graus. Unb revisou o primeiro tremor, no sábado, e constatou que ele foi de 4.5 graus na escala
Dia 23 – Defesa Civil identifica rachaduras em mais 60 casas. Até então, outras 60 residências haviam sido atingidas, sendo seis condenadas e duas interditadas. UnB anuncia a instalação de sismógrafos
Dia 24 – Moradores de casas danificadas dormem ao relento com medo de novos abalos
 


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