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Estado de Minas

Greve dos rodoviários em Betim deixa pontos lotados e termina em pancadaria

Além de BH, a situação em Betim ficou complicada para que precisou de ônibus. Houve divergência entre polícia e manifestantes


postado em 12/03/2012 11:59 / atualizado em 12/03/2012 12:35

(foto: Moises Silva/EM DA Press)
(foto: Moises Silva/EM DA Press)

A greve dos rodoviários da região metropolitana de Belo Horizonte também afetou Betim, que teve pontos lotados e contou apenas com o Sistema de Transporte Público de Baixa Capacidade para o deslocamento de moradores entre os bairros. Quem precisou ir para a capital passou ainda mais aperto, já que sem os ônibus, a única maneira de deixar a cidade em um coletivo foi por meio do transporte clandestino.

A cidade teve ainda uma manifestação próximo à garagem da Viação Santa Edwiges, que atende o transporte coletivo em Betim, feita por rodoviários em greve. O protesto acabou em conflito com a Polícia Militar. Mais de 100 trabalhadores se reuniram na Avenida Gabriel Passos, no Bairro Decamão, próximos à linha férrea, e bloquearam a via. Eles reivindicam os mesmo direitos salariais que os rodoviários belo-horizontinos.

Mesmo diante de uma proposta de manifestação pacífica, a paralisação em Betim terminou com uma detenção. De acordo com a Polícia Militar, um homem, não identificado, foi preso por ter agredido um policial militar no rosto. Já segundo o Sindicato, o mesmo policial teria sido responsável por provocações e ameaças contra os manifestantes. Os representantes do movimento também afirmaram que três homens teriam sido levados pela polícia e mais um teria sido encaminhado à Unidade de Atendimento Imediato (UAI) Sete de Setembro com lesões na cabeça.

Denúncia de agressão

De acordo com representantes dos rodoviários, a divergência com a polícia começou após um dos manifestantes ter sido ameaçado por um policial. “A manifestação estava pacífica. Aí, um motorista me disse que um cabo teria ameaçado ele. Eu falei que a gente não ia aceitar esse tipo de intimidação, porque sabemos que ela vem do patrão”, relata o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Betim e região, Marcelino Antônio Alexandre.

(foto: Moises Silva/EM DA Press)
(foto: Moises Silva/EM DA Press)


Com a discussão, outros manifestantes e policiais teriam se envolvido em uma pancadaria. De acordo com o tenente Edmir Rocha Guimarães, do 33º Batalhão da Polícia Militar, que compareceu ao local após as agressões, o evento não pode ser interpretado como de iniciativa dos policiais. “É uma via de mão dupla, porque os policiais falam que chegaram e foram recebidos de forma truculenta, então vamos ter que apurar, não tem como confirmar que houve agressão (por parte dos policiais). Estamos aqui, como de praxe, para manter a segurança da população”, afirma.

Contudo um morador que acompanhou a cena de sua casa, houve abuso de força policial. “Fiquei assustado, porque nunca vi uma coisa dessa. Nunca vi tanto cassetete na minha vida”, destaca o homem, que não quis se identificar. “Vi que o presidente (do sindicato) pediu no microfone para o pessoal não dispersar e não fazer bagunça. E eles não estavam. Aí a polícia chegou e foi tomar o microfone dele de forma brutal. O pessoal da greve foi para proteger, tirando ele e a polícia começou a dar cacetada, brutalmente mesmo”, relata.

Paralisação

De acordo com Marcelino, a categoria revindica reajuste salarial de 49%, 30 folhas de tíquete-alimentação de R$ 15, a instalação de banheiros femininos nos pontos finais, participação nos lucros e resultados (PLR) e uma jornada de trabalho de seis horas diárias. “A campanha é unificada entre BH, Sete Lagoas, Itaúna, Betim e Contagem e na última assembleia os trabalhadores decidiram aderir ao movimento por não aceitar a proposta de 13% e aumento da jornada”, afirma.

Como reflexo do fracasso nas negociações, grande parte dos ônibus da cidade parou de rodar. “Aqui em Betim nossa paralisação está em torno de 90% e estamos nos manifestando de forma pacífica. Tanto as linhas internas quanto as que vão para a região metropolitana estão paradas”, explica.

O trânsito chegou a fluir bem pela cidade, que quase não teve ônibus rodando. Contudo, isso não foi bom para quem teve que disputar as vans de transporte de baixa capacidade, que funcionaram normalmente. Já para a ida para a capital, micro-ônibus chegaram a ser usados para substituir as tradicionais vans, devido ao aumento do movimento irregular. Além dos perigos de utilizar a alternativa, os passageiros que se atreveram a embarcar nos coletivos também sofreram com a inflação de 100% no valor da passagem, que chegou a custar R$10 para o trecho intermunicipal.


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