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Estado de Minas

UFMG faz testes e detecta coliformes na areia de parques públicos em BH


postado em 23/12/2011 06:59 / atualizado em 23/12/2011 07:08

Menino brinca com cachorro no Parque JK: especialista cobra monitoramento periódico da qualidade da areia(foto: Renato Weil/EM/D.A Press)
Menino brinca com cachorro no Parque JK: especialista cobra monitoramento periódico da qualidade da areia (foto: Renato Weil/EM/D.A Press)

Sentada no parquinho, uma criança faz comidinha. Outra carrega baldes cheios de areia para construir um castelo. Em tempos de férias, a simples e deliciosa brincadeira de criança ainda sobrevive à geração das novas tecnologias, mas pode trazer riscos à saúde dos pequenos. A pedido do Estado de Minas, o Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) testou a qualidade da areia de quatro parques públicos da Região Centro-Sul da capital e descobriu a presença de coliformes fecais e ovos de vermes em quase todos eles.

As amostras foram coletadas na Praça Nova York, no Sion, no Parque Municipal Juscelino Kubitschek, no mesmo bairro, na Praça da Assembleia, no Santo Agostinho, e na Praça Ney Werneck, no Belvedere. Não há legislação específica no Brasil que determine limites, parâmetros a serem analisados e ações de monitoramento, mas o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) recomenda aos órgãos ambientais a avaliação da qualidade parasitológica e microbiológica da areia para futuras padronizações. Apenas o Rio de Janeiro tem uma resolução municipal que estabelece limites máximos para a classificação das areias das praias cariocas e, com base nela, o contato com a areia do Parque JK e das praças Ney Werneck e Nova York não é recomendado.

A coleta das amostras foi feita na manhã de 13 de dezembro. Bióloga do Laboratório de Microbiologia da UFMG, Cíntia Dutra Leal definiu um quadrante de um metro quadrado em cada uma das praças e juntou em frascos a camada superficial da areia (até 5 cm) de cinco pontos: das extremidades do espaço e do meio. O procedimento foi o mesmo adotado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para uma avaliação da areia do litoral paulista em 2009. De acordo com a análise do Laboratório de Microbiologia, a Praça da Assembleia foi a única que não apresentou coliformes fecais (Escherichia coli) e, neste patamar, sua classificação é ótima. No entanto, para coliformes totais, o número mais provável foi de 28.500 para 100g de areia, o que a classifica como apenas regular, segundo o estabelecido na resolução municipal do Rio de Janeiro.

Contaminação As outras praças apresentam níveis muito acima do permitido pela norma carioca para coliformes fecais e o contato com a areia e tampouco são recomendadas. No parâmetro de coliformes totais, a Ney Werneck e a Nova York também têm valores elevados e não são recomendadas. O Parque JK é avaliado de forma regular. Também foram detectados ovos de ancilostomídeo, Ascaris lumbricoides (lombriga), Trichuris trichiura e Enterobius vermiculares, mas em níveis aceitáveis, se comparados à recomendação da Organização Mundial de Saúde de qualidade microbiológica e parasitológica para esgotos tratados utilizados na agricultura.

“Observamos ovos de vermes cujas prováveis fontes de contaminação da areia foram humanos e animais. E a presença de Escherichia coli é indicativo de contaminação fecal”, afirma a coordenadora do laboratório, Juliana Calábria de Araújo. Ela ressalta que a pesquisa da areia dos parques é exploratória e os resultados são preliminares porque vêm de uma única coleta, mas recomenda cautela no contato com a areia. “À luz da resolução municipal do Rio, sugerimos que não é recomendável o contato primário com a areia. O que recomendamos é a realização de estudo detalhado de qualidade sanitária da areia e monitoramento periódico”, diz.


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