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Estado de Minas

Construtoras correm contra o relógio para escorar prédios do Buritis antes da chuva

Segunda etapa das intervenções das empresas prevê reforço na estrutura de apartamentos interditados


postado em 11/11/2011 07:33 / atualizado em 11/11/2011 07:37

Bombeiros manterão vigilância enquanto trabalho de estabilização emergencial prossegue(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Bombeiros manterão vigilância enquanto trabalho de estabilização emergencial prossegue (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)

Começaram ontem os trabalhos de escoramento do prédio Vale dos Buritis, na Rua Laura Soares Carneiro, Bairro Buritis, Oeste de BH, onde moravam seis famílias. As intervenções devem possibilitar acesso ao interior da construção, para que sejam investigadas as causas dos problemas que atingem o imóvel e dois edifícios vizinhos. Vão ainda permitir uma avaliação da Defesa Civil sobre a possibilidade de que os desalojados retirem pertences dos apartamentos. De acordo com o engenheiro civil especialista em patologia das construções Ubirajara Camargos, contratado pelas empresas Estrutura Engenharia (responsável pelo Vale dos Buritis) e Podium Engenharia (responsável pelos dois prédios do condomínio Art de Vivre), o escoramento será feito em duas etapas e a principal delas termina domingo, em uma corrida contra a chuva.

“O escoramento vai auxiliar a estrutura principal do prédio, pela colocação de toras de eucalipto do solo até o teto da garagem. Como estamos esperando chuvas fortes para a semana que vem, essa fase se encerra domingo”, diz o engenheiro. Já a segunda etapa, a partir da semana que vem, consistirá no escoramento dos apartamentos. “Até o fim da semana é possível que esteja tudo pronto. Esse trabalho é uma transferência das cargas do edifício para o solo e vai garantir a segurança de quem vai trabalhar no prédio daqui para frente”, afirma o especialista em estruturas. As obras de escoramento do Art de Vivre já estão em andamento e são supervisionadas pelo mesmo engenheiro, embora sejam executadas por outra equipe.

A intervenção traz expectativa para os moradores desalojados, mas eles preferem não comemorar, pois não há garantia de que haverá liberação de acesso aos apartamentos para retirada dos pertences, o que depende de vistoria da Defesa Civil. “A cada dia que passa nossa esperança diminui mais, porque nada que é feito nos dá a certeza de ter nossas coisas de volta. São só possibilidades que vão se acumulando e já estamos na casa de amigos há 20 dias. Eu não aguento mais essa situação”, afirma a supervisora de call center Rita Piumbini, de 51 anos. Os moradores também se queixam de não ter para onde levar os móveis, caso a mudança seja permitida. “Como não sabemos quando ou se realmente teremos direito ao aluguel de apartamentos, conforme decisão da Justiça, não adianta tirar as coisas maiores sem ter para onde levar”, completa Rita.

A Estrutura Engenharia trocou de advogado e o novo responsável por representar a empresa informou que ainda não conseguiu obter todas as informações sobe o processo, principalmente a parte referente à decisão judicial que obriga a empresa a custear alugueis para os moradores, em valor fixado em R$ 1,5 mil por família. Uma reunião hoje deve definir se a decisão será cumprida ou se a empresa vai recorrer.

De acordo com a assessoria do juiz Alexandre Quintino, responsável pela decisão que obrigou a empresa a pagar os alugueis, o perito indicado pela Justiça a fazer a perícia do Vale dos Buritis não está autorizado a dar entrevistas. Como o juiz está fora de Belo Horizonte, a assessoria do magistrado não soube informar quando o laudo indicando responsabilidades pelos danos será anexado ao processo.

A Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Direito do Consumidor da Câmara de Belo Horizonte promoveu audiência pública na tarde de ontem para debater o assunto. O representante dos moradores, o empresário Eduardo Bianchini, deixou claro que os problemas no Vale dos Buritis começaram bem antes do agravamento da situação dos prédios interditados, e defendeu que a empresa deve ser responsabilizada. A Estrutura Engenharia informou que aguarda pronunciamento da Justiça sobre as causas dos problemas na estrutura do prédio.


ENTENDA O ESCORAMENTO

Carga total
O Vale dos Buritis tem 22 pilares, sendo que cinco deles suportam maior parte da carga. O mais sobrecarregado sustenta 70 toneladas. Para o escoramento, toras de madeira são colocadas em torno dos pilares e funcionam como uma espécie de muleta, para agir em caso de colapso da estrutura de concreto. Ao todo, devem ser usadas 424 toras de eucalipto.

Base
Do solo à garagem, serão empregadas toras com 15cm de diâmetro. Cada peça suporta quatro toneladas. Elas serão posicionadas a cada 30cm. A previsão é de que o trabalho termine no domingo.

Moradias
Nos apartamentos, serão usadas escoras de 10cm de diâmetro, posicionadas paralelamente às paredes, onde estão os pilares. Essa etapa será cumprida a partir de segunda-feira, com previsão de terminar até o fim da próxima semana.

Desabamento
Um muro de arrimo em construção desabou na madrugada de ontem na Rua Elói Mendes, Bairro Sagrada Família, na Região Leste de Belo Horizonte. De acordo com a Coordenadoria Municipal Defesa Civil (Comdec), ninguém ficou ferido, mas parte de uma casa precisou ser interditada. Conforme Comdec, o próprio dono do imóvel é responsável pela obra.


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