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Estado de Minas

Sindicalista denuncia agressão de policiais em BH

Líder dos guardas municipais alega que sofre perseguição desde que fez acusações contra o comando da corporação


postado em 22/10/2011 06:00 / atualizado em 22/10/2011 10:07

O presidente do Sindicato dos Guardas Municipais do Estado de Minas Gerais (Sindguardas), Pedro Ivo Bueno da Silva, denunciou ontem ter sido espancado e que vem sofrendo perseguição desde que fez acusações contra a cúpula da corporação em Belo Horizonte. Na capital, a Guarda Municipal é comandada por pelo menos 20 policiais militares reformados, que, segundo denúncias, estariam direcionando contratos, empregando parentes e usando escutas clandestinas para monitorar subordinados. As denúncias foram publicadas com exclusividade pelo Estado de Minas, há um mês, e estão sob investigação do Ministério Público estadual.

A agressão, conforme o boletim de ocorrência Ciad/P-20111377219, registrado na 26ª Companhia da Polícia Militar, em Contagem, onde Pedro Ivo mora, teria sido praticada por PMs na portaria da sede da 25ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) na noite de terça-feira. O presidente do sindicato afirma ter sido levado para a Aisp pela própria PM, depois de desentendimento com dois guardas civis em frente à sua residência, no Bairro Eldorado.

Os colegas de corporação foram à casa de Pedro Ivo para tentar entregar documentação sobre processo administrativo ao qual o presidente do Sindguardas responde por utilização de redes sociais na internet e do blog que mantém para incitar colegas a “atos de rebeldia”. Na avaliação de Pedro, tratava-se de uma tentativa de intimidação. “Não foi a primeira vez que mandaram uma viatura para a porta da minha casa”, diz.

Depois de se recusar a receber os documentos, o guarda municipal acionou a PM. Pedro Ivo alegou constrangimento e pediu que fosse feito um boletim de ocorrência. Os policiais, então, conforme o presidente do Sindguardas, decidiram levá-lo para a Aisp. Na chegada houve bate-boca e Pedro Ivo foi algemado. Em seguida, o guarda municipal foi levado ao posto de atendimento médico JK, na cidade, de onde saiu com um colar imobilizador e uma tipoia. Pedro Ivo também apresentava escoriações no rosto.

No mesmo boletim de ocorrência, os policiais militares, liderados pelo cabo Marcelino Rosa da Silva, responsáveis pelo atendimento solicitado por Pedro Ivo, afirmam que, para vencer resistência apresentada pelo presidente do sindicato dos guardas municipais, foram usadas “técnicas policiais de contenção pautadas na utilização progressiva da força”. Os PMs dizem ainda que a decisão de imobilizar o guarda municipal ocorreu depois que Pedro Ivo desacatou ordem de parar uma filmagem que fazia enquanto estava na Aisp. O equipamento foi apreendido.

Apuração

O tenente-coronel Alberto Luiz Alves, da assessoria de comunicação da Polícia Militar, afirma que as acusações de agressão feitas pelo presidente do Sindguardas são graves, mas que precisam ser levadas à corregedoria da corporação para que sejam apuradas. “Não pode haver precipitação, achar, no momento, que tudo isso é verdade”, argumenta o militar.

O comandante da guarda municipal , Ricardo Belione, nega que a corporação esteja perseguindo Pedro Ivo. “Perseguição, no nosso conceito, acontece quando temos um flagrante a um criminoso, e não temos nenhum na guarda municipal. No caso do presidente do sindicato, há de se falar em resolução administrativa-disciplinar pelas faltas que vem cometendo”, afirma. Conforme Belione, um dos policiais militares reformados que ocupam a cúpula da guarda municipal, Pedro Ivo tem por hábito ofender superiores, se recusar a prestar serviço onde é requisitado e tentar fazer a própria escala de trabalho.


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