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Estado de Minas

Operação cerca máfia do carvão

Operação conjunta de órgãos federais e estaduais para combater irregularidades na produção e comércio de carvão vegetal termina com 17 presos em Minas e 23 na Bahia


26/07/2011 06:00 - atualizado 26/07/2011 06:44

Ação colheu provas contra envolvidos em fraude iniciada nas carvoarias
Ação colheu provas contra envolvidos em fraude iniciada nas carvoarias (foto: Emmanuel Pinheiro/EM/D.A. Press - 23/08/2006)

Dois empresários mineiros do ramo de siderurgia estão entre as 17 pessoas presas no estado durante a operação Corcel Negro II, realizada no fim de semana, para combater o esquema de fraudes para produção e comércio de carvão vegetal. Ao contrário de 2010, quando cidades de 14 estados foram alvos da ação, dessa vez fiscais do Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concentraram forças em Minas e Bahia. Aqui, além das prisões, foram apreendidos 5,7 mil metros de carvão ilegal durante vistorias em quatro siderúrgicas e 1,1 tonelada de ferro-gusa. Também participaram da fiscalização servidores do Ministério Público, secretarias da Fazenda e Meio Ambiente e polícias Militar e Civil de cada um dos estados, além de agentes da Polícia Rodoviária Federal.

De acordo com o coordenador das promotorias de Meio Ambiente de Minas, Mauro Ellovitch, nessa segunda fase da operação, o objetivo era o cumprimento de 23 mandados de prisão e 27 de busca e apreensão no estado. Ele considerou positiva a ação, embora seis dos envolvidos tenham escapado ao cerco. “A prioridade da operação agora não é colocar pessoas atrás das grades. Os documentos e computadores apreendidos nas casas e escritórios dos acusados vão contribuir com informações importantes na fase de apurações”. Para Ellovitch, o importante é conseguir reunir provas contra os integrantes do esquema, para que respondam na Justiça.

 

A extração ilegal de carvão no Norte mineiro e Oeste da Bahia é sustentada pelo comércio de créditos fictícios gerados em estados da Amazônia e do Centro-Oeste e Nordeste brasileiro,s e destinada à fabricação de parte do ferro-gusa produzido em diversos municípios. Algumas empresas do setor siderúrgico participavam ativamente desse processo, recebendo carvão retirado da natureza com documentação fraudada por empresas-fantasmas e transportado por caminhoneiros, aliciados por atravessadores. A prática ilegal foi investigada pelo Ibama e pelos MPs de Minas e Bahia.


Um diferencial da segunda etapa da ação é que as prisões atingiram a cadeia produtiva desde a origem do carvão até o mercado consumidor, não se limitando apenas aos carvoeiros e caminhoneiros. Pessoas com outras atribuições na organização criminosa, como a emissão de documentação falsa para legalizar o transporte do material e até os compradores do produto ilegal, como diretores de siderúrgicas, tiveram suas participações apuradas e a decretação de suas prisões pela Justiça. Um dos empresários, que não teve seu nome divulgado, foi detido em Sete Lagoas, Região Central, na sede de sua empresa.


O outro, Daniel Bojas Pinto, de 41 anos, filho do ex-deputado Glycon Terra Pinto, que morreu em maio deste ano, foi preso em sua cobertura, num condomínio no Belvedere, Centro-Sul da capital. Além da ordem judicial contra ele, Daniel foi flagrado com sete armas de fogo, sem registro, as quais disse serem peças de coleção. O empresário foi levado para o plantão policial da Delegacia Regional Sul, mas não ficou preso, já que foi transferido para um apartamento do Hospital Evangélico, na Serra, por problemas de saúde.


Segundo o balanço divulgado nessa segunda-feira pelo Ibama, durante a operação foram embargadas quatro siderúrgicas em Minas: em Matozinhos, Grande BH, Sete Lagoas, Região Central, Paracatu, Noroeste, e Patrocínio, no Alto Paranaíba. A maioria dos 17 presos no estado foram localizados em cidades do Norte de Minas. Entre eles, há três policiais militares. Na ação, cerca de R$ 84 milhões foram aplicados em multas a siderúrgicas e carvoarias ilegais, sendo que em Minas foram R$ 66,7 milhões. Nas cidades baianas foram 23 presos, entre empresários e políticos.


Memória

Minas lidera balanço de ilegalidades 

Minas Gerais foi o estado com o maior número de notificações de apreensões de cargas de carvão irregular durante a primeira edição da Operação Corcel Negro, realizada pelo Ibama entre 22 a 31 de março do ano passado. Na ação, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal , no Distrito Federal e em 13 estados brasileiros, foram aplicados 263 autos de infração, dos quais 124 (47,1%) em Minas, que registrou ainda 81 apreensões de caminhões transportando carvão vegetal com documentação fraudada, de 153 flagrantes em todo o país. 


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