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Estado de Minas

Chuva provoca estragos em igreja tombada pelo patrimônio em São João Del Rei


postado em 09/03/2011 18:54 / atualizado em 09/03/2011 19:16

O templo do século 18 teve perdas na estrutura de adobe e taipa-de-pilão, numa área de cerca de 3 metros quadrados(foto: Mário Antônio Ferrari Felisberto/Iphan/Divulgação)
O templo do século 18 teve perdas na estrutura de adobe e taipa-de-pilão, numa área de cerca de 3 metros quadrados (foto: Mário Antônio Ferrari Felisberto/Iphan/Divulgação)
A quaresma começou com estragos no patrimônio cultural de São João Del Rei, na Região do Campo das Vertentes, a 185 quilômetros de Belo Horizonte. Na madrugada desta quarta-feira, o excesso de chuvas abriu um buraco, de cima a baixo, numa parede externa da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1949. O templo do século 18, que fica no Centro Histórico, teve perdas na estrutura de adobe e taipa-de-pilão, numa área de cerca de 3 metros quadrados, com profundidade média de 20 cm. O arquiteto Mario Antonio Ferrari Felisberto, do Iphan, esteve no local e mandou cobrir o rombo com uma lona. As obras emergenciais, a cargo da paróquia, devem começar na quinta-feira, se o tempo melhorar.

Esta é a segunda vez, neste ano, que as chuvas causam danos ao conjunto arquitetônico da cidade. Em janeiro, forte temporal derrubou parte do adobe e reboco externo da Matriz do Senhor Bom Jesus do Monte, localizada na Praça Eduardo Rodrigues Vale, no Bairro do Senhor dos Montes, em área tombada pelo Iphan. As intervenções necessárias foram executadas no lado superior esquerdo do templo, alvo de um rombo de 70 centímetros quadrados, com 40cm de profundidade. Devido às goteiras, os paroquianos tiveram, durante semanas, que espalhar vasilhas de plástico no interior da construção, datada de 1847.

Nesta tarde, Mário Antonio disse que a situação na Catedral Basília não é grave nem põe em risco a integridade da edificação. “Choveu muito nos últimos dias, causando muitas infiltrações na igreja. Com o acúmulo de água, as paredes encharcaram e o reboco caiu, na altura da Capela do Santíssimo, embora sem vazamentos ou geração de prejuízos no lado interno”, explicou o arquiteto. Ele foi chamado por volta das 9h pelo titular da paróquia, padre Geraldo Magela da Silva, e terá apoio da equipe do escritório Iphan da vizinha Tiradentes.

“Quando a chuva der uma trégua, serão instalados os andaimes para as obras emergenciais, seguindo o sistema construtivo original. Mas a igreja, considerada de grande interesse cultural, precisa de uma obra maior de restauração, com troca de esteios, telhado, piso. De início, o Iphan vai buscar recursos no Ministério da Cultura (MinC) para elaboração de um projeto amplo de restauro, que está orçado em R$ 100 mil”, detalhou. Já o valor total da reforma ainda não foi estimado pelos especialistas. Para o chefe do escritório, o fundamental é a manutenção permanente a fim de se evitarem danos e ameaças.

Recursos

“A quaresma começou com um susto para nós”, contou, nesta quarta, o padre Geraldo. Ele explicou que a paróquia, com assistência do Iphan, vai executar as obras emergenciais na Catedral Basílica, que não precisou ser interditada pelo patrimônio. “Já havíamos detectado a umidade e comunicamos ao Iphan, só que choveu sem parar durante oito dias”, disse o pároco, que vai se reunir, no dia 23, em Brasília, com o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida. Lá, solicitará recursos para recuperação da igreja mais importante da cidade e palco das celebrações da Semana Santa.


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