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Estado de Minas

Niemeyer ganha honras de Chefe de Estado


postado em 07/12/2012 00:12 / atualizado em 07/12/2012 07:53

(foto: Marcelo Piu / Agencia O Globo Rio de Janeiro )
(foto: Marcelo Piu / Agencia O Globo Rio de Janeiro )

Brasília – Entre lágrimas de pesar e palmas de admiração, brasilienses anônimos foram às ruas para se despedir do homem que projetou os monumentos da cidade. Mas, além do carinho do povo, Oscar Niemeyer recebeu honras de chefe de Estado. O corpo do arquiteto chegou a Brasília em um avião da Presidência da República às 14h20. O caixão desfilou a céu aberto em um carro do Corpo de Bombeiros do aeroporto até o Palácio do Planalto, onde era esperado pela presidente Dilma Rousseff. O velório teve soldados da Guarda Presidencial perfilados na rampa do edifício, caixão coberto com a bandeira do Brasil e contou com uma gigantesca fila de cidadãos aglomerados na Praça dos Três Poderes para dizer adeus. Ao todo, 3,8 mil pessoas participaram da despedida, uma prova inequívoca de que, mais do que uma autoridade nacional, Niemeyer foi um soberano para os brasileiros.


O artista é o terceiro a ser velado no Planalto. Essa distinção só é conferida a autoridades do primeiro escalão. Desde a inauguração, o palácio abrigou apenas o corpo do presidente Tancredo Neves, em 1985, e do vice-presidente José Alencar, no ano passado. A realização do velório no local foi um pedido de Dilma, que ligou para a família logo após a morte de Niemeyer. Ontem, quando o corpo chegou ao Planalto, a presidente ficou ao lado da viúva, Vera Lúcia Niemeyer, na ponta da rampa. Ela se emocionou quando os oito cadetes da Polícia Militar que seguravam o caixão entraram no Salão Nobre do Planalto. Dilma foi a primeira a cumprimentar os familiares de Oscar, seguida por uma longa fila de autoridades, entre ministros, governadores e prefeitos.

Sessão interrompida O vice-presidente da República, Michel Temer; o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, e do Senado, José Sarney, também prestaram suas homenagens. Presidente do Supremo e relator do mensalão, Joaquim Barbosa interrompeu o julgamento ontem à tarde para ir ao velório. “Eu vou ter que comparecer ao Palácio do Planalto para as exéquias do nosso grande arquiteto Oscar Niemeyer”, justificou Barbosa, ao se ausentar do plenário da Corte.

 Para o presidente do Senado, José Sarney, o arquiteto foi o maior artista brasileiro de todos os tempos. Sarney, que entre 1985 e 1990 despachou do gabinete presidencial do Palácio do Planalto, falou sobre a eternidade de suas obras, e como elas inserem o nome do Brasil na história internacional. “Em todos os lugares do mundo a que a gente chega, ele deixou marcas. Vai ficar na identidade do Brasil por séculos e séculos porque a arquitetura tem isso, é uma arte que perdura, que fica para a eternidade”, destacou.

Coroas de flores começaram a chegar ao Palácio do Planalto ainda pela manhã, enviadas por autoridades, anônimos e por representantes de diversas instituições. Uma delas era assinada pela ex-primeira-dama Marisa Letícia e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de três horas e meia de velório, o corpo deixou o Palácio do Planalto às 19h40 e seguiu levado para a Base Aérea. Niemeyer será sepultado hoje, no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

 

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