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Estado de Minas MUNDO AVE

Bichos são mansos quando há paciência e carinho por parte do dono


postado em 11/07/2015 06:13 / atualizado em 11/07/2015 08:48

Calopsita é uma das raças mais indicadas para o convívio social(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Calopsita é uma das raças mais indicadas para o convívio social (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)

O cachorro conquistou o título de melhor amigo do homem, mas nada mais justo do que dividir o posto com as aves. A história da humanidade dá provas suficientes da amizade delas e dos serviços que têm prestado desde a Antiguidade, embora nem sempre reconhecidos. Revoadas sobre o Nilo eram observadas pelos egípcios para se prevenir em épocas de cheia do rio. O imperador romano Julio Cesar e seu Exército surpreenderam legiões de inimigos, valendo-se das informações compartilhadas com seus generais graças ao trabalho dos pombos-correio.

À época do descobrimento do Brasil, os índios apresentaram ao Velho Mundo araras e papagaios amigos, que homenageavam em majestosos cocares e armas decoradas. Impressionados, os europeus transformaram a arara-azul e a arara-canindé em símbolos de status social. A partir dos estudos do naturalista inglês Charles Darwin sobre os formatos dos bicos das aves e como isso interferia na alimentação deles surgiram ferramentas e instrumentos mecânicos, a exemplo de tesouras e pinças.

A ligação com esses animais, que inspiraram até os sonhos do homem, se fortaleceu e ganhou a educação ambiental como impulso, na avaliação do biólogo Ramon Palhares, do Vale Verde Parque Ecológico, instalado em Betim, na Grande Belo Horizonte. Ele e as equipes de cuidadores que coordena colecionam provas diárias de amizade com os bichos durante o trabalho.

A aproximação e a docilidade das aves estão associadas não só àquelas raças mais indicadas para o convívio social, em geral, os papagaios, araras e calopsitas. “A mesma proximidade que temos com os cães podemos ter com as aves. O que diferencia é a forma de manejo desses animais. Eles ficam mansos também quando há paciência e carinho da parte do dono”, afirma Ramon.

Um bom começo para relações mais afetivas é a interatividade com as aves, o que os visitantes do parque mais procuram, independentemente da idade, segundo o biólogo. O viveiro encantado dos coloridos lóris é um dos espaços do empreendimento criado para promover essa experiência, capaz de levar a sensações difíceis de descrever em palavras. No recinto, as pessoas alimentam as aves e podem ser tocadas por elas.

Ramon sabe bem o que é ser amigo das aves. O grou- coroado Xodó, de 4 anos, recebeu os primeiros cuidados, ainda na casca do ovo, das mãos do biólogo. A amizade surgiu e cresceu com tanta intensidade que a chamada ave-do-paraíso passou a exigir atenção diária, usando o bico para dar leves cutucadas no amigo, sem provocar dor. Xodó faz questão de cumprimentar Ramon todos os dias, não dispensa as brincadeiras diárias e o cafuné em sua farta coroa.

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