A pesquisa do economista Leandro Menegon Corder mostra os efeitos das políticas de incentivo a produção de biocombustíveis no Brasil e na Europa.
Enquanto na Europa, as metas da implantação gradativa pavimentam o avanço do biocombustível, no Brasil a realidade é um pouco diferente. Sete anos após o início do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), os incentivos governamentais ainda são fundamentais para manter a competitividade da produção, onde carecem de investimentos em tecnologia, além de ajustes ambientais.
Na última década, de acordo com o levantamento, houve crescimento no valor total na produção dos insumos utilizados na geração de energia. A maioria dos países europeus, mesmo que parcialmente, alcançaram as metas estabelecidas.
De acordo com o próprio economista, em entrevista para a revista Exame, alguns pontos do PNPB tiveram êxito, mas outros deixaram a desejar. "Se o Brasil deseja prosseguir com o Programa do modo como ele foi idealizado, terá de fazer vários pequenos ajustes para adequá-lo à realidade na qual se inseriu", alerta o economista.
"O ponto mais urgente é manter as usinas em funcionamento, pois a maioria não é economicamente viável, ao lado dos ajustes nas questões ambientais e da matéria-prima utilizada. Deve-se também incentivar a pesquisa de biocombustíveis de outras gerações, que trazem maior aproveitamento de resíduos e novas tecnologias para minimizar o efeito sobre cultivos tradicionais".
Já o interesse na produção e uso de biocombustíveis está em crescimento, em virtude das previsões de escassez do petróleo. De acordo com o pesquisador, o Brasil possui larga experiência em produção e comercialização de biocombustíveis, principalmente o etanol.