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Estado de Minas

Vento a favor da diversificação

Ampliar a matriz em projetos de energia eólica é uma aposta de Eletrosul, Chesf e Furnas prevendo ganhos no grande potencial de crescimento deste setor no país


postado em 26/08/2012 07:00 / atualizado em 24/08/2012 13:47

Fruto do leilão realizado em 2009, o complexo eólico Cerro Chato, no Rio Grande do Sul, está em funcionamento desde junho(foto: Divulgação / Hermínio Pires Nunes)
Fruto do leilão realizado em 2009, o complexo eólico Cerro Chato, no Rio Grande do Sul, está em funcionamento desde junho (foto: Divulgação / Hermínio Pires Nunes)


Ampliar a matriz em projetos de energia eólica é uma aposta de Eletrosul, Chesf e Furnas prevendo ganhos no grande potencial de crescimento deste setor no país.

Conhecido mundialmente por suas riquezas naturais, o Brasil retira das fontes renováveis quase a totalidade da sua matriz de energia elétrica (88,8%), enquanto, na média, os outros países alcançam apenas 19,5%.Entre os membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o índice é ainda menor, de 18,3%.

Embora a fonte renovável mais utilizada no Brasil seja, disparado, a hidráulica, com 81,7% de participação na matriz elétrica, a geração de energia eólica foi uma das que mais cresceu em 2011 em comparação ao ano anterior (24,2%), segundo dados do Balanço Energético Nacional, divulgado em junho passado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. E é justamente nos ventos, que aparecem com apenas 1,3% no total da matriz energética nacional, que a Eletrobras tem apostado, devido ao seu imenso potencial de crescimento.

Subsidiária da Eletrobras, a Eletrosul tem se destacado como a principal estatal do setor elétrico em geração eólica. A empresa, em parceria com investidores privados e com a Fundação Eletrosul de Previdência e Assistência Social (Elos), irá investir aproximadamente R$1,8 bilhão na construção de 21 parques eólicos no litoral sul e na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai nos próximos anos, transformando o estado em referência no aproveitamento do potencial dos ventos. As usinas eólicas terão capacidade instalada de 480MW.

"A Eletrobras Eletrosul tem sido uma importante protagonista do crescimento da energia eólica no país, atendendo às diretrizes do governo federal de ampliar a participação de fontes limpas e complementares à nossa matriz energética. Hoje o Brasil já é o principal mercado da América Latina em expansão no aproveitamento do potencial dos ventos para geração de energia", destaca o presidente da estatal, Eurides Mescolotto.

Os empreendimentos foram viabilizados no 12º Leilão de Energia Nova (A-3) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), realizado em agosto de 2011, e representam quase metade (44,16%) do total de energia eólica contratada no certame, que foi de 1.067,7 megawatts (MW). Os 21 empreendimentos que a Eletrosul adquiriu no leilão serão construídos em Santa Vitória do Palmar, onde o complexo terá capacidade de gerar 258 MW; em Chuí, com 144MW. Ambos (Santa Vitória e Chuí) têm previsão de entrar em operação no primeiro trimestre de 2014. Outro complexo eólico é o de Sant'Ana do Livramento, na fronteira com o Uruguai. As obras, com capacidade de 78MW, já estão em andamento e têm previsão de término para o primeiro trimestre de 2013.

Cerro chato

O complexo de Livramento fica em área adjacente ao complexo eólico Cerro Chato, que começou a operar em dezembro de 2011. Trata-se do primeiro empreendimento do leilão exclusivo de eólica, realizado pelo governo federal, em 2009, a entrar em operação e confirma o excelente potencial dos ventos do extremo Sul do Brasil, até então inexplorado.
Os primeiros aerogeradores de Cerro Chato começaram a funcionar em maio de 2011 - 14 meses antes do prazo previsto pela Aneel. "Todo o complexo, que inclui 45 aerogeradores de 90MW de capacidade instalada, está emoperação desde dezembro do ano passado. A estimativa de geração para este ano é de 300 gigawatts hora (GWh), o que reforça o suprimento de energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN) e diminui a dependência das termelétricas", explica o diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul, Ronaldo dos Santos Custódio.

Investir no Sul foi uma decisão acertada, na opinião de Eurides Mescolotto, pois o primeiro empreendimento da estatal - o Complexo Eólico Cerro Chato, em Sant'Ana do Livramento, tem tido uma produtividade superior à estimada em projeto. "A regularidade do vento na região é um dos fatores que contribuem para isso, pois os parques estão instalados em uma área de influência das correntes de ar típicas dos pampas do Rio Grande do Sul: os ventos minuano e aragano", explica o presidente.

Casa nova

A Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) e a Furnas Centrais Elétricas são outras duas empresas do Sistema Eletrobras que também atuam na geração de energiaeólica no Brasil. Desde os anos 1980, a Chesf vem desenvolvendo atividades para a inserção comercial da energia eólica para produção de energia elétrica. A partir da implantação do Proinfa (programa criado pelo governo federal para estimular a diversificação energética nacional), em 2002, a Eletrobras Chesf estabeleceu como diretriz estratégica a expansão da oferta de energia com essa tecnologia.

Com a consolidação dos leilões de compra e venda de energia eólica, a empresa foi bem- sucedida nos pregões de 2010 e 2011 e, desde então, está implantando, na Bahia, a Central Eólica Casa Nova, com capacidade de 180MW, localizada no município de mesmo nome. Outros empreendimentos em curso, desenvolvidos em parceria com a Brennand Energia, são os de Sete Gameleiras, São Pedro do Lago e Pedra Branca, com potencial total de 30MW cada um. Todos estão localizados no município de Sento Sé e têm entrada em operação prevista para o início de 2013.

A Chesf venceu quatro outras licitações para empreendimentos eólicos em 2011 situados em Cruz, no Ceará. Somados, os projetos Junco I, Junco II, Caiçara I e Caiçara II terão capacidade total de gerar 111,6 MW. "Isso mostra que a Chesf, além da expansão da oferta de energia com sustentabilidade e diversificação da matriz de geração de energia elétrica, está contribuindo para o desenvolvimento regional, fortalecendo a indústria e ampliando a criação de empregos", afirma o diretor do Departamento de Tecnologia e de Desenvolvimento de Alternativas de Geração da Chesf, Pedro Bezerra Neto.

A Eletrobras Furnas, que também está decidida a diversificar sua matriz energética por meio de projetos de fontes eólicas, integra um consórcio que recebeu concessão para implantar, no litoral do Rio Grande do Norte, os parques eólicos Miassaba III e Rei dos Ventos I e II, previstos para entrarem em operação ainda neste semestre. Em 2014, será a vez dos parques Famosa I, Rosada, Pau-Brasil e São Paulo, empreendimentos assegurados no Leilão de Energia de Reserva 03/2011. Em sociedade com a Alupar, Furnas comercializou, no final de 2011, a energia a ser produzida pelos parques eólicos Ubatuba, Pitombeira, Santa Catarina, Horizonte, Goiabeira, Nossa Senhora de Fátima, Jandaia, Jandaia I, São Clemente e São Januário - todos no Ceará. Essas 17 centrais geradoras eólicas somam 502MW de potência instalada.

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