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Estado de Minas

Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro tem mais de 170 mil inscrições

Quinta edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro tem mais de 170 mil inscrições e vai levar ao pódio quem produzir o melhor texto sobre o dia a dia de seu bairro


postado em 28/06/2016 06:00 / atualizado em 28/06/2016 08:36

Estudantes fazem visita ao Conjunto Arquitetônico da Pampulha durante a semifinal da Olimpíada de Língua Portuguesa, em 2014(foto: Fundação Itaú Social/Divulgação)
Estudantes fazem visita ao Conjunto Arquitetônico da Pampulha durante a semifinal da Olimpíada de Língua Portuguesa, em 2014 (foto: Fundação Itaú Social/Divulgação)
Falta pouco mais de um mês para um dos eventos esportivos mais importantes do mundo. Mas, enquanto olhares de todas as partes do globo se voltam para o Brasil, para acompanhar atletas nas mais diversas modalidades, milhares de estudantes da rede pública de Minas Gerais estão de olho numa outra Olimpíada. E acertam o passo para enfrentar adversários de todo o país. Nessa, em vez de equipamentos de ginástica, piscinas, campos e pistas de atletismo, o pódio é conquistado por meio de papel e caneta. Na Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, medalhas são conquistadas graças a ideias e belas histórias. E ao trabalho de ponta de quem está no comando da sala de aula.

Essa é a 5ª edição do concurso, que recebeu 16.579 inscrições de Minas Gerais, o terceiro estado com o maior número de professores participantes, atrás apenas de São Paulo e Ceará. Além da rede estadual de ensino, o programa teve adesão das secretarias de educação de 652 municípios. Ao todo, alunos de 3.636 escolas participam este ano. Em todo o Brasil, foram mais de 170 mil inscrições, com adesão de todos os estados e de 4.874 municípios, somando 39.660 escolas. Mas, mais que premiar as redações de estudantes, a Olimpíada é um meio de levar o professor a desenvolver a dinâmica da produção de textos dos estudantes.

O programa, desenvolvido pela Fundação Itaú Social e Ministério da Educação (MEC), com a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), tem como tema O lugar onde vivo. O assunto propicia aos alunos estreitar vínculos com a comunidade e aprofundar o conhecimento sobre a realidade. E para fazer tudo acontecer, o professor passa por capacitação. Técnicos da fundação e do Cenpec saem a campo para dar oficinas nas escolas, agregando as instituições de acordo com sua região. Depois de feitas as inscrições, agora é hora de começar a produzir os textos, que devem ser entregues até 8 de agosto.

Para isso, os educadores observam a chamada equência didática proposta pelo programa, que os auxilia a organizar e conduzir o trabalho com os alunos. Entre as atividades estão leituras para aprofundar o conhecimento sobre o gênero que os alunos vão trabalhar, pesquisas junto à comunidade, dinâmicas e execuções de produção de textos. Os conteúdos foram criados para ser incorporados ao planejamento do ano escolar, sem fugir ao cotidiano da sala de aula. Nesta edição, os professores inscritos receberam um DVD com a Coleção da Olimpíada, composta pelos cadernos do professor, que apresenta a sequência didática para o ensino da escrita nos quatro gêneros textuais propostos (poema, memórias literárias, crônica e artigo de opinião). O material está disponível também em versão virtual, com ferramentas interativas, para facilitar a organização do professor, e recursos multimídia, como textos para projeção, áudios e vídeos.

A superintendente da Fundação Itaú Social, Ângela Dannemann, ressalta que essa é uma competição de grupo e vale o trabalho do professor com o aluno. Para isso, há formação específica, principalmente, para o educador, para que possa multiplicar o trabalho em todas as suas turmas, independentemente de estar ou não na olimpíada. “A estratégia de atrair para o prêmio visa, na realidade, a formação, que, em serviço e continuada é o grande desafio de hoje”, afirma. Segundo ela, o pontapé para alcançar esse objetivo é o trabalho com as sequências didáticas, que faz com que o modo de atuação em sala de aula seja, necessariamente, enriquecido e multiplicado, tendo como base os diferentes perfis dos estudantes. “Devemos considerar um triângulo didático: o professor numa ponta, o aluno na outra e, na última, aquilo que precisa ser tratado, o objeto do conhecimento. A aprendizagem será tão maior quanto o professor se aproxime do objeto e da forma de ensinar para aquele aluno em particular.”


Nesse processo, as estratégias para se trabalhar o conteúdo dos gêneros textuais são incrementadas pelas oficinas com os educadores, deles com os alunos em sala e, depois, com os encontros regionais, estaduais e nacionais, numa troca constante de experiência e de aprendizado, em que todos se beneficiam. As oficinas são ministradas por equipes da Fundação Itaú e do Cenpec nas regiões e nas escolas. “Trabalham-se regionalismos, o que faz os participantes conhecerem melhor o país, além de deixar o adolescente orgulhoso do lugar onde vive. A língua bem aprendida vai influenciar demais as matérias que esses alunos vão enfrentar nos ensinos fundamental e médio”, afirma Ângela Dannemann.

Para a professora de português Samantha Rafaela Magalhães de Lima Costa, essa é uma oportunidade e tanto para sair da rotina(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Para a professora de português Samantha Rafaela Magalhães de Lima Costa, essa é uma oportunidade e tanto para sair da rotina (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
OPORTUNIDADE Professora de português do 6º e 7º anos do ensino fundamental, Samantha Rafaela Magalhães de Lima Costa já participou de outras edições e diz que essa é uma oportunidade e tanto para sair da rotina. Na Escola Estadual Flávio dos Santos, no Bairro Floresta (Região Leste de Belo Horizonte), ela vai aos poucos: aborda os gêneros textuais, mostra os vários textos para os alunos, faz pesquisa sobre a cidade e, na sala de informática, deixa os alunos pesquisarem sobre o bairro onde moram. “Vão começar a pensar sobre o lugar onde vivem, sobre as experiências que têm nesse local, que não é o ambiente da sala de aula ou da escola. Ou seja, eles começam a ter argumentos e informações para depois escrever as redações”, conta.


Ela relata que a olimpíada é uma motivação para os estudantes, principalmente por terem que escrever sobre algo tão familiar. “Quando têm domínio do assunto, têm mais liberdade para escrever e falar. Flui mais naturalmente. Um tema desconhecido começa como um peso e, aí, acham que não sabem escrever”, diz. Samantha ressalta que as recompensas são muitas e independem de premiação: “Não é só o momento que a gente senta em sala e escreve. É um processo que será construído para, no fim, escrevermos. Os alunos têm a chance de construir o conhecimento sem ser monótono e cansativo”.

Ganha o aluno, ganha a escola

As produções estão a todo vapor nas escolas. Os professores devem inscrever trabalhos de seus alunos em quatro gêneros textuais, de acordo com as séries: poemas para alunos de 5º e 6º anos do ensino fundamental, memórias literárias para 7º e 8º anos, crônica para 9º e 1º do ensino médio e artigo de opinião para os estudantes de 2º e 3º anos do médio. A avaliação dos textos começa pela comissão escolar, que fará a seleção das melhores produções no período de 10 a 19 de agosto. Em seguida, ocorrem as etapas municipal e estadual. Desse processo, são escolhidos os 500 trabalhos que seguirão para a semifinal – 125 de cada gênero. As comissões julgadoras são compostas por pais, membros da comunidade, especialistas de universidades, representantes das instituições parceiras, do Ministério da Educação (MEC) e da Fundação Itaú Social.

Nessa etapa, o grupo é dividido por gênero para os encontros regionais, que, este ano, devem ocorrer em Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e São Paulo. Na oportunidade, professores e alunos semifinalistas recebem medalhas de bronze, livros e participam de atividades de formação, com oficinas de leitura e escrita e visitas culturais.


LABORATÓRIOS Para a final da Olimpíada da Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, programada para dezembro, em Brasília, são selecionados 152 textos, 38 de cada gênero. Os finalistas receberão medalha de prata, tablet e R$ 350 em vale para a compra de livros. A cerimônia de premiação está prevista para 6 de dezembro. Nela, serão revelados os 20 ganhadores, cinco de cada categoria, que, além da medalha de ouro, levarão para casa um notebook e uma impressora. Suas escolas serão contempladas com laboratórios de informática (compostos por 10 computadores e uma impressora), projetor, telão e livros para a biblioteca.

Os 500 professores semifinalistas concorreram na categoria relato de prática. Os autores dos 28 trabalhos selecionados pela comissão julgadora regional receberão um notebook cada. A Olimpíada de Língua Portuguesa conta ainda com a parceria da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).


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