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Estado de Minas

Para educadores, desempenho nas Olimpíadas de Matemática reflete melhora do ensino público

Minas Gerais é campeão em medalhas na competição nacional promovida pelo governo federal


postado em 02/12/2014 06:00 / atualizado em 02/12/2014 15:41

Luísa, do 8º ano do fundamental, ganhou medalhas nas três últimas edições; Rodrigo, do 7º ano, tem duas conquistas(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
Luísa, do 8º ano do fundamental, ganhou medalhas nas três últimas edições; Rodrigo, do 7º ano, tem duas conquistas (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)


Eles são prova de que muitos talentos podem ser despertados quando as matérias são ensinadas de um jeito diferente e agradável. Até mesmo a eterna vilã dos alunos pode tomar ares de mocinha quando a trama se revela sob outra ótica. Em sua 10ª edição, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) de 2014 consolida o papel de encontrar mentes brilhantes e de estimular o ensino da disciplina no país. E, nesse cenário, Minas Gerais é, mais uma vez, campeão. Pelo oitavo ano consecutivo, os estudantes mineiros subiram ao lugar mais alto do pódio com o maior número de medalhas. Lógica, raciocínio e uma boa dose de dedicação fizeram dos mineiros de novo campeões.

A Obmep é promovida desde 2005 e conta com recursos dos ministérios da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC), além do apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). Este ano, foram premiados 6.501 alunos, sendo 501 medalhistas de ouro, 1,5 mil de prata e 4,5 mil de bronze. Outros 42.043 estudantes receberam menção honrosa. Os medalhistas poderão participar ainda, no ano que vem, de um programa de iniciação científica em matemática.

Nessa fórmula de crescimento contínuo, apenas uma conta não é proporcional. Enquanto São Paulo é o estado com o maior número de participantes (quase 4 milhões), Minas, com praticamente metade (1.937.611), é disparado o estado campeão de medalhas e ganha também na quantidade de ouro. Foram 153 de ouro (quatro a mais que no ano passado), 413 de prata e 1.080 de bronze, total de 1.646 medalhas.

Coordenador-geral da Obmep e diretor-adjunto do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Cláudio Landim explica por que Minas é destaque: “O ensino público mineiro é o melhor do país e os resultados comprovam”. Outro fator que chama a atenção é a concentração de grande número de premiações, todos os anos, em alguns municípios, entre eles Dores do Turvo e Ubá, na Zona da Mata, e Conceição dos Ouros, no Sul do estado. A Escola Estadual Terezinha Pereira, em Dores do Turvo, cumpriu novamente papel de excelência, com 32 prêmios nesta edição, entre ouro, prata, bronze e menção honrosa.

O coordenador destaca duas razões para fazer da Olimpíada um evento tão importante. A primeira é a capacidade de detectar alunos com talentos para matemática, até mesmo nas regiões mais remotas do país. A outra é o estímulo ao ensino da matéria. Estudo feito pelo Impa mostrou que as escolas que adotam a Obmep têm desempenho superior às outras, tanto na Prova Brasil quanto no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “A escola propicia a todos os alunos, não apenas aos classificados, estímulo ao estudo da matemática, que se traduz em resultados melhores nas provas. A instituição que participa ativamente fornece aos seus alunos o equivalente a um ano de ensino da disciplina”, afirma Landim.

CAPITAL Em Belo Horizonte, a campeã de medalhas entre as escolas estaduais é a Pedro II, na Região Hospitalar. Foram seis prêmios, além de 15 menções. O diretor Tiago Dias atribui o sucesso ao empenho de todos. Desde 2011, o colégio tem projeto específico para a Obmep. Nos últimos três anos foram 54 medalhas. “A Olimpíada dá oportunidade a todos. Nem sempre é o melhor aluno a se classificar, pois, mais que conteúdo, é lógica e raciocínio. E isso reflete resultado, pois os meninos ficam mais motivados.”

Aluna do 8º ano do ensino fundamental, Luísa Soares Gonzaga Medeiros, de 13 anos, participou pela terceira vez e levou a terceira medalha. Em 2012, ganhou bronze, ano passado ouro e, agora, bronze. “Eu não sabia que era boa em matemática até abrir o site e ver que ganhei a medalha.” A menina conta que o dinamismo da preparação para a olimpíada e o curso de iniciação científica a ajudaram, por causa da noção de lógica.

Estudante do 7º ano, Rodrigo dos Santos Salvador, também de 13, sempre teve facilidade com os números, mas descobriu que gostava mesmo de matemática na olimpíada. Medalhista de ouro este ano, comemora pela segunda vez – em 2013, ganhou prata. Na sala de aula, mudou a forma de encarar a resolução de problemas: “Vejo, agora, outras maneiras de solucioná-los”.


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