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Estado de Minas

Minas é o segundo estado com o maior número de universitários do país

Dado faz parte do Censo do MEC e mostra ainda que as matrículas no ensino superior cresceram 3,8% em todo o país, entre 2012 e 2013, mas o número de formandos caiu 5,9%


postado em 10/09/2014 06:00 / atualizado em 10/09/2014 06:43

Programas de incentivo do governo levam cada vez mais jovens a se candidatar a vagas em universidades(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Programas de incentivo do governo levam cada vez mais jovens a se candidatar a vagas em universidades (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

O ensino superior recebe mais alunos e há menos gente se formando no país. O número de matrículas nesse segmento da educação cresceu 3,8% em todo o país ano passado, em relação a 2012, e atingiu a marca de 7,3 milhões de estudantes na graduação. Mas, pela primeira vez em 10 anos, diminuiu a quantidade de universitários que terminaram os cursos. Em 2013, houve queda de 5,9% entre os formados, de acordo com o Censo da Educação Superior divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC). Em Minas Gerais, as inscrições para cursos presenciais em universidades e faculdades aumentaram 4,59%, mais que a média nacional, com destaque para as matrículas na rede pública.

Minas teve 631.238 matrículas ano passado e é o segundo estado com o maior número de universitários, atrás apenas de São Paulo, que registrou mais de 1,6 milhão de inscrições. As instituições privadas concentram a maior parcela de estudantes – a cada 2,77 alunos da rede particular, um é da rede pública. Mas foram justamente as públicas que registraram maior crescimento (6,33%) – saíram de 157.331 matrículas em 2012 para 167.300 ano passado. Na rede particular, o aumento foi de 3,97% na comparação de 2012 com 2013, saindo de 446.212 para 463.938.

Vice-reitora do Centro Universitário Newton Paiva, Juliana Salvador atribui o crescimento da rede particular à qualidade da seleção e preparação do corpo docente, à oferta de mais cursos e aos incentivos governamentais (a exemplo do financiamento estudantil), além da educação a distância. “A qualidade de professores e laboratórios, que têm equipamentos de ponta, e o aumento no portifólio de cursos, incluindo a modalidade presencial ou a distância, possibilitam o acesso dos alunos ao nível superior.” Juliana acrescenta que as instituições privadas conseguem, cada vez mais, atrair estudantes. “Elas estão tão boas ou até melhores que as públicas, porque há investimento e capacitação do corpo docente. Esse movimento beneficia a comunidade acadêmica e se reflete nos rankings e nas avaliações do MEC.”

Expansão de um lado e retração de outro. Apesar do avanço do número geral de matrículas, houve leve recuo na quantidade de pessoas que ingressaram no ensino superior em 2013: caiu de 2.747.089 no ano anterior para 2.742.950. O avanço também contrasta com os estudantes que se formaram em 2013 – 991.010, contra 1.050.413 concluintes em 2012.

Especialista em ensino superior e políticas públicas para a educação, o professor aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Jacques Schwartzman acredita que programas como o Universidade para todos (Prouni), o de expansão das universidades federais (Reuni), a política de cotas e os investimentos nas instituições facilitaram o acesso ao ensino superior de quem não estava preparado para um bom desempenho na graduação.

“Quem entra agora tem média mais baixa e não conseguiu ingressar antes por deficiência na formação. É natural que o índice de evasão seja maior. O crescimento do sistema leva a isso: perda na qualidade com mais acessibilidade. A taxa de concluintes já era baixa e tende a diminuir.” Schwartzman acredita que, a longo prazo, o problema da qualidade seja revertido. As avaliações do MEC são indicativos dos pontos que precisam de atenção. “É melhor ter mais gente na universidade pública com deficiência do que não ter, fazendo o esforço de melhorar para mais pessoas.”

Escolha

No do 8º período de administração, curso que teve o maior número de matrículas de acordo com o Censo, Naylla Marcos Adriano, de 24 anos, aluna da Newton, teve como base o nome da instituição para escolhê-la. “A faculdade superou minhas expectativas e me abriu oportunidades no mercado de trabalho.” Já o curso, que abrange várias áreas, como negociação, direito, gestão de pessoas, gerenciamento e logística, foi pensado de olho no futuro. “Abre um leque de opções e é completo. Quem faz administração quer se dar bem na vida.”

Investimento pulverizado
Estudo feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que o Brasil investe proporcionalmente mais em educação do que os países mais ricos, mas o gasto por aluno ainda é pequeno. De acordo com a organização, o país investe, ao ano, cerca de US$ 3 mil por estudante e está no mesmo patamar que Indonésia, México e Turquia.

Países como Noruega, Áustria e Dinamarca gastam mais de US$ 10 mil e lideram o ranking de investimento por aluno. A média das nações que integram a organização é de US$ 9.487 por estudante. A OCDE analisou dados de educação referentes aos 34 países mais ricos do mundo e de outros 10 em desenvolvimento. Os números são referentes ao ano de 2011.

Na comparação com o estudo divulgado no ano passado, que leva em consideração dados referentes a 2010, o gasto por aluno se manteve praticamente estável no Brasil. No entanto, na comparação com o primeiro levantamento realizado em 2003, o gasto público médio com estudante mais que dobrou – o governo gastava US$ 1.142 por aluno. Na época, a média dos países da OCDE era de US$ 6.361.

De tudo que o governo gastou à época, 19,2% foram destinados à educação. Os países que integram a OCDE gastaram, em média, 13% na área. O investimento público total na área representou 6,1% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto a média da organização é de 5,6%. O Brasil investe, principalmente, em ensino básico, que em 2011 representou 14,3% de todo o gasto do governo. A marca supera a média da OCDE, que é de 8,4%.


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