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Estado de Minas

Colégio reúne de estudantes e professores em busca da paz

Estudantes de 15 a 18 anos podem se inscrever para curso pré-universitário das 14 unidades dos Colégios do Mundo Unido, que oferecem bolsas sem necessidade de fluência em inglês


postado em 20/07/2014 06:00 / atualizado em 20/07/2014 08:51

Estudantes fazem trabalho voluntário num centro de reciclagem no UWC Costa Rica como parte do currículo(foto: Arquivo pessoal)
Estudantes fazem trabalho voluntário num centro de reciclagem no UWC Costa Rica como parte do currículo (foto: Arquivo pessoal)
O câmpus mais parece uma torre de babel, mas, ao contrário do cenário bíblico, nessa moderna aldeia global, todos se entendem. Nos colégios UWC (United World Colleges), ou Colégios do Mundo Unido, estudantes e professores de mais de 100 nacionalidades e etnias convivem com a intenção de promover a paz e a compreensão dos povos por meio da educação. São 14 unidades espalhadas pela América, África, Ásia e Europa, que oferecem bolsas de estudo para o 2º e o 3º anos do ensino médio. Entrar nessa sala de aula está ao alcance de qualquer interessado, por meio do processo seletivo que está aberto até 15 de agosto.

Os colégios, fundações que se mantêm por meio de filantropia, estão localizados na Alemanha, Armênia, Bósnia-Herzegovina, Cingapura, Canadá, Costa Rica, Estados Unidos, Holanda, Hong Kong, Itália, Índia, Noruega, País de Gales e Suazilândia. O curso é oferecido em dois anos, com nível pré-universitário, baseado no bacharelado internacional, um diploma reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) e por universidades do mundo todo. Os alunos aprendem sobre assuntos de interesse mundial, serviços comunitários, sociais, relacionados ao meio ambiente, saúde, como trabalhos com pessoas portadoras de deficiência física e mental e crianças de rua. São colégios internos, mas com a devida liberdade de sair para passear, com seus sistemas e regras.

A bolsa pode ser parcial ou integral e varia de acordo com a situação socioeconômica do candidato. A cada ano, o comitê central do UWC, localizado em Londres (Inglaterra), define quantas nacionalidades haverá em cada câmpus. O Brasil tem garantido vagas nos últimos anos – entre seis a 10. O estudante André Bicalho Ceccotti, de 18 anos, de Belo Horizonte, se formou em maio na unidade da Costa Rica, na América Central, e, agora, carimbou o diploma para uma universidade na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, onde começará o curso de economia e filosofia, mês que vem.

Os candidatos fazem uma prova com conteúdo do 1º ano, atualidades e redação. No fim de 2011, quando encarou o processo seletivo, André concorreu com 300 estudantes, que foram reduzidos a 50 na etapa da entrevista em BH. A terceira fase foi uma dinâmica de grupo de dois dias num sítio em São Paulo. Nove foram selecionados e, só no fim, o adolescente soube que iria para a Costa Rica.

O estudante diz que não trocaria a experiência por nada. No colégio, havia 164 alunos distribuídos em sete residências estudantis femininas e masculinas. “No meu primeiro ano, eu dividia o quarto com um norte-americano e um palestino, que se tornaram melhores amigos. Se dentro de um quarto isso funciona, por que não poderia ser da mesma forma lá fora?”, questiona. A diferença de hábitos e costumes é outro desafio. O mesmo palestino, que é muçulmano, rezava cinco vezes por dia, sendo uma delas de madrugada. Para não atrapalhar os colegas, que também tinham o direito de dormir, fazer as preces em tom mais baixo e num canto do cômodo foi o acordo para ninguém ficar prejudicado. Um garoto da Malásia, para quem era normal compartilhar tudo, teve que aprender que a toalha do colega suíço era só dele.

E num lugar onde o mundo inteiro se reúne, o inglês foi o idioma oficial. Mas o domínio de uma língua estrangeira não é pré-requisito para se inscrever no processo seletivo. “Se fosse assim, só alunos de classe média e ricos poderiam entrar, e não é o que ocorre. Como você tem que se comunicar, aprende rápido. Havia uma menina do Rio de Janeiro que não falava nem inglês nem espanhol e saiu fluente nos dois.” Chamou a atenção também a quantidade de estudantes vindos de escolas públicas – a maioria, segundo André.

A experiência internacional fez o garoto criar asas: “Meu futuro é quem der mais, não necessariamente dinheiro, mas oportunidade. Se for no Brasil, volto. Mas se for na Austrália, na Índia ou no Japão, estou indo também. Realmente, você se torna um cidadão do mundo”.

SERVIÇO

Quem pode participar: brasileiros ou residentes permanentes no Brasil, entre 15 e 18 anos completados até 31 de agosto de 2015, que estejam cursando o 1º ou 2º ano do ensino médio. Candidatos do processo seletivo do ano passado que não chegaram à etapa do convívio poderão se inscrever novamente
Quando: até 15 de agosto
Valor: R$ 90
Não é necessário o conhecimento
prévio de inglês
Informações: www.uwc.org.br


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