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Estado de Minas

No Dia Internacional da Educação, escola recebe visita de multirão contra índice ruim

É a primeira escola de MG visitada por integrantes do projeto nacional MPEduc, que vai mapear a situação da educação básica nos municípios e subsidiar a atuação do MP


postado em 29/04/2014 06:00 / atualizado em 29/04/2014 07:08

Promotora Maria Elmira, a diretora Ivanete Machado e o procurador Edmundo Antônio Dias avaliam a cozinha da escola(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Promotora Maria Elmira, a diretora Ivanete Machado e o procurador Edmundo Antônio Dias avaliam a cozinha da escola (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

A Escola Municipal Professora Isaura Santos, com um dos menores Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) em Belo Horizonte em 2007, com nota 2,6, conquistou o índice de 4,3 em 2011, mas ainda tem muito a alcançar para ter um ensino de qualidade. No Dia Internacional da Educação, comemorado ontem, a instituição, no Barreiro de Cima, foi vistoriada pela promotora de Justiça e coordenadora da área de educação do Ministério Público Estadual (MPE), Maria Elmira Evangelina do Amaral Dick, e pelo procurador da República do Ministério Público Federal (MPF), Edmundo Antônio Dias. É a primeira escola de Minas visitada por integrantes do projeto nacional MPEduc, lançado em 8 de abril para mapear a situação da educação básica nos municípios e subsidiar a atuação do MP. A avaliação do IDEB vai de 0 a 10 e o índice 4 já é considerado ruim.

Os representantes do MP visitaram as instalações da escola e se informaram das questões pedagógicas. Depois, farão audiências públicas com a comunidade do Barreiro para conscientizá-la dos direitos à educação básica de qualidade. A alimentação servida aos alunos, os recursos usados na implementação da educação e as verbas aplicadas também foram fiscalizados. “Tivemos surpresa boa. De 2007 para cá, houve melhorias feitas pelos gestores e percebemos que podem melhorar mais”, disse Maria Elmira.

Segundo a promotora, a nota baixa em 2007 se deve a questões pedagógicas, mas recursos públicos foram empregados para que os professores possam oferecer um currículo de qualidade aos estudantes. Um banheiro acessível para pessoas com deficiência foi construído, mas a acessibilidade ainda é precária. As portas têm 60cm de largura, quando deveriam ter no mínimo 80cm. A Isaura Santos também precisa de um laboratório de informática, pois tem apenas três computadores para 1,4 mil alunos.

Os estudantes se revezam no uso do refeitório, que é pequeno, e a cantina necessita de reforma. Alunos do ensino integral e da educação física não têm onde tomar banho. Segundo o gerente de educação integral, direitos humanos e cidadania da Secretaria Municipal de Educação, Ismayr Sérgio Cláudio, o projeto do vestiário está parado na Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) esperando aprovação orçamentária.

“Um ponto positivo é que a instituição é aberta à população nos fins de semana, o que é bom para a integração comunidade-escola”, ressalta a promotora. “Há regras de convivência para diminuir a violência e melhorar o respeito que estão em comunhão com a Campanha Conte até Dez, do Conselho Nacional do Ministério Público”, acrescentou Maria Elmira.

O procurador da República, da área de educação, Edmundo Antônio Dias, observou que é importante a escola melhorar o ensino, com mais participação de alunos e professores. “A acessibilidade é incipiente. A participação de crianças com deficiência é o que diminui o preconceito.”

A diretora da escola, Ivanete Vieira Machado reconhece que ainda há muito a melhorar. “Precisamos de uma equipe multifuncional. Temos parceria com a saúde, mas há problemas que não são resolvidos dentro de sala. Precisamos de profissionais, como um psicólogo. A gente chama a mãe do aluno o tempo todo e, às vezes, descobrimos que precisamos também de um neurologista. São problemas que vão além do pedagógico.”

A maior dificuldade da escola em 2007, segundo Ivanete, era conscientizar o professor das avaliações externas, como provas encaminhadas dos três níveis de governo. “Os professores só se preocupavam com as avaliações internas e houve resistência e boicote por parte deles. Com isso, descobrimos a necessidade de mudar a didática e a forma de interagir com o aluno.” O desafio agora, segundo a diretora, é criar motivação para o aluno estudar. “Temos muita concorrência, como o celular e a internet, e precisamos direcionar esse conhecimento para o que o aluno traz, o qual vai ser cobrado futuramente”, disse. A luna da 8ª série, Vitória Lorraine Generoso da Silva, de 14, aprova o método de ensino da escola. “Meu sonho é ser advogada e a escola satisfaz as minhas expectativas. O aluno tem que fazer a sua parte.”


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