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Estado de Minas

Nove universidades de MG ainda têm 5029 vagas em aberto; UFMG tem a maior lista

Um mês após a primeira chamada, quase um terço das cadeiras nas federais de Minas não foram preenchidas, aumentando a expectativa de alunos. Só na UFMG, há 35,6 mil na lista de espera


postado em 17/02/2014 06:00 / atualizado em 17/02/2014 07:03

Junia Oliveira

Estudantes enfrentam nova batalha para ingressar no ensino superior. Desta vez, o campo de luta é a lista de espera do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Um mês depois da divulgação do resultado da primeira chamada, não foram preenchidas pelo menos 32% das vagas oferecidas neste primeiro semestre nas universidades federais em Minas Gerais.

Em alguns câmpus, há uma espécie de “vestibular” à vista, dada a quantidade de inscritos na lista de espera – apenas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 35,6 mil candidatos alimentam o sonho de se tornar calouros. A expectativa das instituições é de continuar chamando estudantes até meados de março.

De 15.710 cadeiras oferecidas pelas nove instituições que informaram a quantidade de convocados em terceira chamada, pelo menos 5.029 estão em aberto. As universidades federais de Lavras (Ufla) e dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) ainda não sabem quantos candidatos chamarão, pois estão recebendo e analisando documentos de matrícula de calouros cotistas da lista anterior.

A lista de espera comprova que a dança das cadeiras do Sisu ainda está longe de terminar. Há possibilidade de aumento do número de vagas em aberto. Podia participar dessa lista quem não foi aprovado na primeira e na segunda chamadas, além dos selecionados para a segunda opção de universidade, independentemente de terem feito matrícula. Por isso, é permitido a alguém que se matriculou numa instituição, mas foi convocado para outra da primeira escolha, desistir da inscrição já feita. Com isso, abrem-se mais oportunidades.

Em números absolutos, a UFMG tem a maior quantidade de cadeiras a serem ocupadas: 947. O número de estudantes interessados na lista de espera é de mais da metade do total de inscritos em vestibulares anteriores, quando houve cerca de 60 mil candidatos. A universidade, que se destacou no Sisu como a mais concorrida do país, com 52,65 candidatos por vaga, enfrenta agora outra disputa acirrada, com 37,6 alunos interessados em se matricular. Para medicina, um dos cursos mais cobiçados, foram convocados 28 alunos.
A instituição com a maior proporção de vagas em aberto é a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Uberaba. De 844 cadeiras oferecidas, 400 ainda estão à espera de alunos (47,4%). Medicina, o curso mais tradicional da instituição, registrou a maior quantidade de matrículas nas duas primeiras chamadas: foram preenchidas 73% das vagas – 11 (de 40) serão disputadas na lista de espera. O curso com a maior oferta é o de geografia, que teve apenas 27% das matrículas concretizadas.

UBERLÂNDIA

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) registra índices parecidos: 47,1% das vagas ainda não preenchidas representam 880 matrículas que ainda podem ser feitas. Na sequência, vêm as federais de Viçosa (UFV), na Zona da Mata, e de Ouro Preto (Ufop), na Região Central do estado – 34,9% do total ofertado ainda está em aberto. Na Ufop, há 429 cadeiras. Os cursos com mais vagas são jornalismo (23); administração; farmácia e pedagogia (21 cada); e letras (20).

A UFV registra a maior quantidade de cadeiras em números absolutos (910) e espera grande disputa para agronomia. O curso mais tradicional da universidade é o que tem mais vagas (85 de 210), seguido por educação infantil (39), economia doméstica e pedagogia (37 cada). A expectativa é fazer até 10 chamadas, metade daquelas registradas em anos anteriores, de acordo com Gilberto Filho de Freitas, chefe do Serviço de Graduação da Diretoria de Registro Escolar. A última está programada para 18 de março. Para evitar a sobra de vagas, serão convocados até 10 candidatos/cadeira.

Freitas atribui a dinâmica às características do Sisu. “O aluno tem muitas oportunidades, tanto aquele que está estudando no local que não era de sua preferência quanto aquele que não entrou nas duas primeiras chamadas. Ficou bom para todos: o estudante sai por opção própria e quem chega vem feliz da vida”, diz.

DISPUTA

Na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), 304 vagas (17,5% do total) alimentam a esperança de estudantes que desejam ingressar no ensino superior. A seleção é apertada, com 42,8 candidatos em busca de uma cadeira, levando em conta a classificação no Enem. A instituição teve 13 mil inscritos na lista de espera, superando a concorrência da primeira chamada, quando houve 34,4 interessados a cada vaga.

O coordenador de Assuntos Acadêmicos da UJFJ, José Fonseca Marangon, informa: apesar da disponibilidade, houve queda expressiva de desistências de matrículas. Em relação a 2013, elas passaram de 40% para 34% entre os aprovados em primeira chamada. A última convocação será em 2 de abril. As aulas começam em 17 de março. “Esse é o número mínimo de vagas oferecidas, pois pode haver mais desistências. Ano passado, foram seis reclassificações. Como instituição pública, não podemos deixar vagas ociosas. Caso isso ocorra, elas serão destinadas para a seleção do segundo semestre”, informa Marangon.

A Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), no Campo das Vertentes, é a que tem menos vagas (199) disponíveis, de acordo com levantamento parcial da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve). Na primeira chamada, quase 90% das matrículas foram efetivadas.

ANGÚSTIA

A estudante Isadora Werneck, de 18 anos, foi aprovada para direito na Ufop, mas cancelou a matrícula ao ser convocada pela UFMG, sua primeira opção. A espera foi angustiante. Na primeira chamada, a garota deixou de ser classificada por uma diferença de três pontos em relação ao último colocado. Na segunda vez, foram convocados 25 candidatos ao período noturno. Isadora, a 26ª da lista, ficou de fora novamente por uma diferença mínima – apenas 0,02.

A jovem estudante não teve dúvidas em aderir à lista de espera, confiante em nova chance na UFMG. “Fiquei muito aflita, mesmo com todos me tranquilizando. Estou muito feliz agora, pois vou cursar a universidade no turno que sempre quis”, conclui.


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