(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Batalha de colégios por posições em ranking evidencia o peso do Enem na disputa por alunos

Especialistas alertam: é preciso avaliar muito mais antes de fazer a matrícula


postado em 01/12/2013 06:00 / atualizado em 01/12/2013 07:13

Quando o 3º ano do ensino médio começa, os alunos sentem até um frio na barriga. E não é para menos: trata-se da última etapa antes da corrida por uma vaga na universidade. Aproxima-se a hora de enfrentar uma verdadeira maratona de provas, aulas intensivas, estudos complementares, em casa ou na escola, para conseguir uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), hoje a principal forma de entrar no ensino superior público do país. Além de colocá-los em boas universidades, a nota gera um ranking que desperta a concorrência entre escolas e dúvidas entre as famílias. A lista, divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na semana que passou, no entanto, frustrou grandes colégios que nos últimos anos encabeçaram a lista e desta vez não tiveram o nome citado por uma falha que ainda está sendo analisada. O transtorno deixou mais evidente o questionamento dos pais: afinal, a nota do Enem define a qualidade da escola? Também, respondem especialistas, mas há outros critérios.

A opção deve ser orientada pelo estilo da família e pelo que ela quer para os seus jovens, salientam estudiosos. A possibilidade de acesso a uma boa universidade raramente é desconsiderada, segundo a pesquisadora em história da educação e professora emérita da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Eliane Lopes. “A família não consegue se desvincular daquilo que pode dar ao seu filho o melhor futuro, mesmo que não dê. Ninguém tem garantia de qual futuro será melhor, mas como há a percepção de que ele depende do Enem, do resultado no segundo grau, então é atrás disso que as pessoas vão”, disse.

O casal de servidores públicos Ângelo Loyola Mantovani, de 50 anos, e Cláudia Fernandes, de 48, sabe o quanto é difícil escolher uma escola para os filhos. Tentaram acertar, mas o filho Gabriel, de 12, deu sinais de que não era o que ele queria. Aos 3 anos o garoto foi matriculado em um colégio da capital que está entre os 10 com maiores notas no Enem. Lá, estudou até os 10 anos. A escola foi definida após uma vasta pesquisa, conversa com familiares, análise do projeto pedagógico e por muitos anos foi considerada a ideal. “Mas começamos a perceber que ele não tinha mais gosto pela escola. Vimos que a instituição não tinha o perfil dele e decidimos trocar”, disse Ângelo. “Ela se concentra no vestibular, no Enem, em resultados, e não estamos preocupados só com isso. É importante sim, sabemos que ele precisa entrar na universidade, mas não é o principal”, completou.

Há dois anos Gabriel estuda na Fundação Torino. A distância aumentou – a família mora no Bairro Silveira, Região Nordeste, e a escola fica no Belvedere, na Região Centro-Sul –, a mensalidade ficou mais cara, mas Cláudia e Ângelo agora consideram o filho mais integrado aos colegas e ao colégio. “Ele é avaliado como um todo, não só na parte do conhecimento, mas do respeito, educação, se preza por valores, e isso foi determinante para a escolha”, explicou Cláudia.

Para o especialista Jorge Luiz Cascardo, diretor pedagógico da Educação, Inovação e Tecnologia Consultoria, o resultado do Enem tem sua importância, por ser uma avaliação das escolas. Mas os pais precisam ir além e considerar a relação de carisma, ou seja, se a instituição de ensino tem uma linha religiosa ou social que tenha ligação com a família e qual é a formação que oferece ao aluno em aspectos como moral, ética, educação e a possibilidade de o estudante desenvolver sua autonomia.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)