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Estado de Minas

Alunos sentem as mudanças do Enem


postado em 03/06/2013 06:00 / atualizado em 03/06/2013 06:47

Junia Oliveira



Na ponta das discussões, os maiores interessados. Os candidatos a uma vaga na universidade sentem a mudança. Aluna do 3º ano do ensino médio do Colégio Sagrado Coração de Jesus, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, Sara Martins Bebiano, de 18 anos, fez como “treineira” as duas últimas edições do Enem e encontrou questões bem diretas de química, física e matemática. Nas aulas da escola, a rotina é dura para assimilar conteúdo e interpretação de enunciados. “Notei, principalmente no ano passado, que estão sendo cobradas mais matérias específicas em algumas áreas. Como a maioria das universidades está aceitando o Enem por causa do Sisu, a tendência é ser assim mesmo”, diz.

Sara, candidata ao curso de engenharia civil, não acredita que a memorização será um dos pontos prioritários do exame. “Por ser aplicado no Brasil todo, não haverá uma cobrança tão grande nesse sentido, pois é preciso dar chances iguais para todos. Essa forma de prova me assustou um pouco, porque estava acostumada com o modelo da UFMG. Agora, ter de saber um pouco de tudo deixará a prova um pouco mais difícil”, avalia.

O colega dela Samuel Fernandes Malheiros, de 18, também participou das duas edições anteriores da prova. Para ele, a cobrança de conteúdo tem explicação certa: deixou de ser uma prova com o propósito de avaliar para selecionar. Ao contrário de Sara, ele acredita no risco de a preparação se basear na decoreba. “Por causa do Sisu, o Enem deverá ser cada vez mais uma prova específica, com matérias mais difíceis e, por isso, a necessidade de memorizar conteúdos para fazer o teste”, avalia.

O candidato ao curso de engenharia mecânica avalia os prós e contras. “O Brasil todo faz a prova, o que é positivo, mas o país não é igual no conhecimento. Já o lado negativo é que o candidato terá de estudar todo o conteúdo e isso não será para aprender, mas para um momento. O conhecimento se perderá e não será direcionado para a vida”, argumenta. O garoto acredita num retrocesso: “Os alunos que estão hoje no 2º e 3º ano estão com a mente direcionada ainda para a segunda etapa da UFMG. Os próximos vão entrar na faculdade com decoreba, sem conhecimento das áreas específicas daquele curso. Assim, as universidades vão se deparar com estudantes que não têm total conhecimento do que estão fazendo lá”.


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