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Estado de Minas

Enem: teste de calma e de conhecimento

Chegou a hora de milhares de jovens testarem uma vida inteira de estudos na busca por uma vaga em universidades federais. Mas não basta saber, é preciso ter muita concentração também


postado em 02/11/2012 07:07 / atualizado em 02/11/2012 07:15

Ângela Chaves, de 18 ANOS, E Gustavo Freire, de 17, tentam descansar e se livrar do estresse na reta final para o exame(foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Ângela Chaves, de 18 ANOS, E Gustavo Freire, de 17, tentam descansar e se livrar do estresse na reta final para o exame (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)

Todos vão falar em concentração, calma e atenção. E todos vão falar em ansiedade, desespero e estresse. Educadores repetem as primeiras palavras. Estudantes se arrepiam ao mencionar as outras. Embates comuns quando o assunto é o segundo maior exame do planeta, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), atrás apenas do teste aplicado na China. Amanhã e depois serão dias decisivos na vida de milhares de candidatos. Uma vida inteira de estudos em troca de uma nota que definirá quais os próximos passos, entre eles cursar o ensino superior numa universidade federal. A largada será dada amanhã, às 13h, no horário de Brasília, quando um superexército de 5.791.290 estudantes, sendo 653.074 em Minas Gerais, abrirá os cadernos de provas rumo à conquista de um sonho.

Os números do Enem impressionam. São 11,5 milhões de cadernos de prova dentro de 48.341 malotes que percorreram 9.788 rotas para chegar a 15.076 locais em 1.615 municípios. A viagem foi de 305 mil quilômetros em todo o país. Em todos os estados trabalharão 450 mil fiscais. A estrutura mobilizou ainda 72 batalhões do Exército e as polícia Federal, Rodoviária e Militar.

A coordenadora do ensino médio do Colégio Sagrado Coração de Jesus, Regina Lana, é categórica: “Não se prepara para uma prova do tipo do Enem da noite para o dia”. Ele destaca que o exame avalia a formação acadêmica construída ao longo do ensino básico, o que inclui um repertório cultural, num teste principalmente de resistência. “O perfil do candidato do Enem é aquele aluno que é leitor, que argumenta, defende seu ponto de vista e tem postura crítica frente ao mundo no qual vive”, destaca.

Por tudo isso, a candidata ao curso de direito Ângela Chaves, de 18 anos, aluna do Sagrado Coração de Jesus, conta que está tentando manter a calma, dormir mais cedo e descansar nesta última semana. Ela fez alguns simulados para revisão, mas desde ontem, nada de cadernos. O programa da tarde foi ir com as colegas para a casa de uma delas, tomar sol e jogar conversa fora. Hoje é dia de ir para o sítio da família. Para chegar a tempo amanhã ao local da prova, ela já programou sair com duas horas de antecedência.

A garota, que se dedicou integralmente aos estudos este ano, só pensa agora no tempo: “Durante a prova, o segredo é saber controlá-lo e cronometrá-lo”. Preocupação sim, mas ela garante que a preparação a deixa confiante para garantir uma boa nota. Nos últimos dias, as aulas de relaxamento no colégio também foram de grande ajuda. “Tem a preparação em si e um discurso bacana do professor. Sinto mais confiança, ainda mais vindo de um educador.”

EXEMPLO DE
RESISTÊNCIA


O aluno Gustavo Freire, de 17, que concorre a uma vaga em medicina, diz que está um pouco estressado, mas tenta manter a calma, já que o Enem é sinônimo de prova de resistência. Até ontem, a rotina foi ler anotações e observações, além de tentar completar as apostilas de exercícios. Mesmo com a aula no cursinho cancelada ontem à noite, ele estava decidido a abrir os livros em casa. Hoje, o descanso é prioridade na programação, com direito a filme para relaxar. Ele pretende chegar cedo ao local de prova, mas nem tanto. “Ficar esperando dá ainda mais ansiedade”, diz.

A barra de cereal, o chocolate e a bebida para repor sais minerais serão companheiros de prova, afinal, como ele mesmo diz, fazer o exame com fome não dá. A preparação dá confiança, mas o deixa temeroso com um detalhe: “Não tenho medo de surpresa, mas de cair algo que aprendi e não conseguir me lembrar, sabendo que poderia resolver a questão”.

Em casa, o nervosismo é grande. “Meus pais são muito estressados. Se eu não fosse tão calmo, teria entrado em colapso nervoso. Mas eles disseram que se eu não passar não há problema, pois sou novo”, afirma. E caso isso ocorra, a decisão está tomada: intercâmbio de seis meses nos Estados Unidos, Inglaterra ou Nova ZeLândia e cursinho no segundo semestre.

A recomendação de calma vem direto de Brasília. Ontem, no programa de rádio Hora da educação, do Ministério da Educação (MEC), o ministro Aloizio Mercadante lembrou os candidatos de levarem documento pessoal com foto e o cartão de confirmação de inscrição. “Está tudo pronto. Agora, é momento de todos ficarem tranquilos para fazer uma boa prova”, disse. “Em janeiro, vamos ter o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), e as maiores chances de vagas são dos estudantes com as melhores notas no Enem”, completou Mercadante.


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