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Estado de Minas

Semestre letivo da UFMG já está prejudicado

Reitor da UFMG admite que paralisação, que já dura 50 dias, compromete o calendário e gera problemas para cerca de 34 mil alunos de graduação


postado em 07/08/2012 08:03 / atualizado em 07/08/2012 08:05

O segundo semestre letivo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estava programado para começar ontem, de acordo com o calendário acadêmico. Porém, como se esperava, poucos estudantes apareceram nos câmpus e unidades da instituição, cujo corpo docente está em greve há 50 dias, desde 19 de junho. As aulas continuam sem data para começar, admite o reitor da universidade, Clélio Campolina. “Vamos refazer todo o calendário, mas não temos condições de fazer isso antes de a paralisação terminar”, afirma.

A greve não interrompeu as atividades da pós-graduação, que tem 18 mil alunos, mas os 34 mil graduandos ficaram sem aula. Embora a matrícula dos calouros tenha sido concluída, a dos veteranos está suspensa por tempo indeterminado. Segundo o reitor, o motivo é o fato de parte dos professores ter cruzado os braços antes de registrar, no diário eletrônico as notas dos alunos, requisito para que um semestre letivo seja encerrado. “Amanhã (hoje), vamos avaliar a possibilidade de os alunos (veteranos) começarem a pedir a matrícula on-line, mas ela só pode ser efetivada quando houver o lançamento das notas”, explica.

Na graduação, cerca de 52% dos professores lançaram as notas no sistema eletrônico, calcula a reitoria. “A taxa varia de unidade para unidade”, ressalta Campolina. A Escola de Engenharia apresenta o maior índice de disciplinas “fechadas” (85%), enquanto o menor (2,7%) pertence ao Instituto de Ciência Agrárias do câmpus de Montes Claros. Apesar disso, afirma o reitor, na “quase totalidade das disciplinas, os docentes ministraram todas as aulas e trabalhos programados.”

Além de atrasar a matrícula dos veteranos, o não lançamento das notas pode atrapalhar a vida de quem se formaria no primeiro semestre letivo. Não há garantias de que os alunos consigam obter o diploma, reconhece Campolina. Segundo ele, “a maioria das formaturas está sendo feita”, mas é preciso apresentar uma justificativa para a emissão do diploma, como a matrícula em um curso de pós-graduação ou a contratação em algum emprego. O recomendado é que o pleiteante procure o diretor de sua unidade ou o coordenador de seu curso, responsáveis por pedir a professores que registrem no diário notas ainda pendentes. “Em geral, os professores têm atendido os pedidos, para não prejudicar os alunos”, diz o reitor.

O atraso no calendário acadêmico também pode impedir alunos de participarem de intercâmbios. Evandro José Graton, que iniciaria o 6º período de ciências socioambientais, planeja estudar por um ano na Alemanha, entre janeiro e dezembro de 2013. “Tenho receio de as aulas invadirem janeiro e eu não aproveitar essa oportunidade”, diz o rapaz de 37 anos. Das seis disciplinas em que se matriculou no semestre passado, em duas os professores não conseguiram dar algumas das aulas, trabalhos e provas previstas. Em outra matéria, as notas não foram lançadas no sistema. “A gente não consegue organizar nossa vida, fica tudo em suspenso”, lamenta ele.

SEM ACORDO

Em assembleia na manhã de ontem, os professores reforçaram a rejeição à última proposta apresentada pelo governo federal . Dos 2,9 mil docentes da UFMG, 305 comparecem à reunião, segundo o comando local de greve. Na proposta divulgada em 24 de julho, o governo aumentou o reajuste salarial mínimo para 25% — até então, o índice era de 12% — e manteve o aumento de 40% para professores no auge da carreira. O reajuste seria dado ao longo dos próximos três anos. A proposta também prevê a diminuição do número de níveis de carreira de 17 para 13.

O Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte e Montes Claros (Apubh), ao qual são filiados os docentes da UFMG, considera que a proposta pode ser acatada, caso o governo apresente um plano de reestruturação da carreira. “Os professores não abrem mão de um plano em que os parâmetros de construção da malha salarial sejam claros. Hoje, não há nenhuma lógica matemática na definição dos salários ”, explica o professor Elias Jorge, representante do comando local de greve. A próxima assembleia está agendada para segunda-feira, às 14h, em local ainda não definido.


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