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Estado de Minas

TJMG vai julgar mérito do habeas corpus para policial denunciado por morte de Eliza Samudio

No início deste mês, o pedido de revogação da prisão temporária feito pela defesa de Zezé foi negado pelo juiz Elexander Camargos Diniz


postado em 11/08/2015 16:07 / atualizado em 12/08/2015 15:02

Investigação aponta participação do policial aposentado na morte da ex-modelo(foto: Reprodução)
Investigação aponta participação do policial aposentado na morte da ex-modelo (foto: Reprodução)
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) vai julgar nesta quarta-feira, na 4° Câmara de Belo Horizonte, o mérito do habeas corpus feito pela defesa do ex-policial civil José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, procurado por participação no sumiço e assassinato de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, e sequestro do filho dela. O julgamento terá início às 13h30. No início deste mês, o pedido de revogação da prisão temporária feito pela defesa de Zezé foi indeferido liminarmente pelo juiz Elexander Camargos Diniz.

Zezé foi denunciado à Justiça junto com o policial civil da ativa Gilson Costa pelo promotor Daniel Saliba de Freitas, que assumiu o caso depois da saída do colega Henry Vasconcelos. O promotor acusa o policial aposentado pelo assassinato, sequestro e cárcere privado de Eliza, além da ocultação do cadáver, corrupção de menores e coação no curso do processo. Já Gilson vai responder apenas pela coação durante o processo. Apesar de basear a prisão preventiva de Zezé na possibilidade dele amedrontar testemunhas por ser policial, no caso de Gilson a Justiça determinou a aplicação de medidas cautelares diferentes da prisão. Ele está proibido de se aproximar e de manter contato com testemunhas, vítimas e informantes do processo.

No mês passado, os advogados de José Laureano entraram com o pedido sustentando que não há notícias de que ele esteja ameaçando testemunhas, que sempre foi um policial civil exemplar, que tinha uma relação com os demais acusados apenas profissional e que não há fundamento que dê suporte ao decreto prisional. Argumentaram, ainda, que o processo ficou por meses com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), “sem que tenha havido requerimento de medidas cautelares”. Outro argumento, foi a medida cautelar aplicada contra Gilson Costa. Os defensores queriam o mesmo para o Zezé. O MP se manifestou contrario ao pedido.

O juiz Elexander Diniz negou o pedido. Em sua decisão afirmou que “a prisão preventiva é mesmo necessária para que não se tenha uma instrução criminal viciada, influenciada pelo temor manifestado por outros envolvidos na prática dos crimes objeto da denúncia”. O magistrado informou, ainda, que há indícios de autoria do crime.

Em relação ao pedido de medidas cautelares idênticas a aplicadas a Gilson Costa, o juiz afirmou “ que sua situação é muito diferente, pois, (Gilson Costa) não é acusado de nenhum crime doloso contra a vida, mas apenas de uma coação no curso do processo, delito que sequer admite prisão preventiva”.

A Polícia Civil começou a procurar pelo policial aposentado logo depois que a Justiça acatou o pedido do MP em julho. A prisão preventiva de Zezé foi decretada porque o juiz Elexander Diniz entendeu que “o simples fato de se tratar de um policial civil incute temor a testemunhas e aos demais envolvidos na sequência de crimes”, conforme decisão do magistrado. Ele é considerado foragido.


Réus condenados

Todos os réus que responderam pelos crimes contra Eliza Samudio e do filho dela, foram condenados, com exceção de Dayane Rodrigues, ex-mulher de Bruno, que foi absolvida das acusações. Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, foi condenada a cinco anos pelo sequestro e cárcere de Eliza e Bruninho. Luiz Henrique Romão, o Macarrão, braço direito do ex-ídolo do Flamengo, foi sentenciado a 15 anos de prisão por homicídio qualificado. Ele foi beneficiado por uma confissão parcial do crime. Já Bruno teve a pena estabelecida em 22 anos e 3 meses de prisão por homicídio e ocultação do cadáver da jovem e também pelo sequestro e cárcere privado do filho, Bruninho. O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como executor do assassinato, foi condenado a 22 anos de prisão.

Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio do ex-atleta em Esmeraldas, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, respondiam apenas pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho, filho do jogador e da modelo assassinada. Ambos foram condenados e cumprirão pena em regime aberto. Wemerson, que era réu primário, foi sentenciado a 2 anos e 6 meses de prisão. Já Elenilson, que chegou a ficar preso por cinco meses por causa do envolvimento na morte de Eliza e não era réu primário, teve a pena estabelecida em 3 anos.

Um outro réu no processo não chegou a ser julgado. Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro Bruno, era considerado a principal testemunha do caso. Ele foi assassinado meses antes da data prevista para o julgamento. A polícia concluiu que ele foi vítima de um crime passional, sendo executado pelo companheiro de uma mulher que tinha assediado na rua. Outro primo do jogador, que revelou à polícia grande parte da trama, cumpriu medida sócio-educativa e já está em liberdade. Jorge Lisboa Rosa era menor de idade quando o crime ocorreu.

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