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Estado de Minas

Julgamento de Bola será retomado nesta quarta-feira

Restam os debates entre defesa e acusação antes da votação dos jurados


postado em 06/11/2012 23:00

O julgamento do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, pelo assassinato do carceireiro Rogério Martins Novelo, ocorrido em maio de 2002, só deve terminar nesta quarta-feira. A sessão desta terça-feira, segundo dia de júri, foi suspensa por volta das 22h30, quando terminou o interrogatório do réu no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com o Tribunal de Justiça, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues decidiu por continuar o julgamento pela manhã devido ao cansaço de todos. A sessão desta terça-feira teve início por volta das 9h30. Encerrado o interrogatório de Bola, restam ainda os debates da defesa e da promotoria. Cada parte tem prazo de duas horas para as argumentações, seguidas de réplica e tréplica.

O segundo dia de julgamento foi marcado por ânimos exaltados no tribunal. Visivelmente nervoso e abatido, Bola pediu clemência à juíza, por meio de um bilhete, afirmando inocência e se dizendo desesperado pela possibilidade de condenação. Ao responder perguntas da promotoria, o réu foi humilhado pelo próprio advogado, que perguntou se ele “problemas de audição ou cerebrais” por ignorar a orientação da defesa de não responder antes da apresentação dos autos.

Grande parte do interrogatório girou em torno da suposta desavença entre o acusado e o delegado Edson Moreira, que foi arrolado como testemunha de defesa no julgamento. Moreira foi ouvido pela manhã, por mais de três horas. Bola afirma ser vítima do ex-colega de corporação que teria prometido responsabilizá-lo por qualquer homicídio cuja autoria fosse desconhecida. O motivo da rixa seria um desentendimento que ambos tiveram na década de 90, quando se conheceram na Academia de Polícia.

Defesa otimista

Para o advogado Ércio Quaresma, Bola já está condenado. O defensor afirmou que a postura de Bola diante do júri, ignorando as orientações dos advogados, atrapalha a defesa dele. Além disso, ele considera que devido ao caso da modelo Eliza Samudio, cuja execução é atribuída ao ex-policial, a sociedade o considera um assassino e já o condenou pelos crimes aos quais responde.

Já o advogado Zanone Emanuel, que também defende Bola neste processo, acredita que são grandes as chances de absolvição. O principal argumento da defesa é relacionado à maior habilidade de Bola: atirar. O ex-policial é atirador de elite, e chegou a treinar outros atiradores.

O carceireiro foi morto com um tiro de pistola 765 no peito, disparado, segundo a perícia, a pouco mais de um metro de distância. Os advogados insistem na tese de que Bola tem conhecimentos suficientes para saber que uma arma com este calibre tem pouca precisão e escolheria uma arma 40 ou 380. Além disso, argumentam que se ele foi contratado para matar, atiraria na cabeça, com possibilidade mínima de errar o alvo, dada sua habilidade.

Prévia do Caso Bruno

Por várias vezes o nome de Eliza Samudio foi citado durante o julgamento. Nos dois dias a juíza colocou em votação entre os jurados se eles queriam que o suposto envolvimento de Bola na morte da ex-amante do goleiro Bruno fosse tratada na sessão. Os sete foram unânimes em não tratar do assunto e limitar os depoimentos ao crime que está sendo julgado.
Bruno, Bola e outras três reús serão submetidos ao Júri Popular pelo desaparecimento e morte de Samudio no próximo dia 19, também no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Grande Belo Horizonte. (Com informações de Clarisse Souza)


Entenda o caso

Bola é acusado da morte de Rogério Martins Novelo, em maio de 2000, no Bairro São Joaquim. Bola foi reconhecido pela irmã da vítima, que testemunhou o crime, depois que a imagem dele foi veiculada em diversas emissoras de TV e em jornais pelo suposto envolvimento no assassinato de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno.

Segundo denúncia do Ministério Público (MP), Bola teria atirado contra a vítima, que estava dentro de um veículo em frente ao estabelecimento comercial onde trabalhava. Para o MP, o crime teria sido encomendado, já que os envolvidos não se conheciam. Dados do processo revelam que o réu teria espreitado o local de trabalho de Rogério, na tentativa de identificá-lo.

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