A Corregedoria-Geral da Polícia Civil assumiu ontem as investigações sobre a morte do primo do goleiro Bruno Fernandes, Sérgio Rosa Sales, assassinado a tiros quarta-feira no Bairro Minaslândia, na Região Norte de Belo Horizonte, e que havia ajudado a polícia a recontar os últimos passos da modelo Eliza Samudio, ex-amante do atleta. Em novembro de 2010, Sérgio afirmou à Justiça que seu depoimento na polícia foi influenciado por agressões físicas que teria sofrido dos delegados e investigadores da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).
“Isso vai ser checado também. Nenhuma linha de investigação será abandonada. O Ministério Público ponderou que seria conveniente outra unidade investigar a morte do Sérgio, já que ele alegou em juízo que teria sido alvo de arbitrariedades por parte das autoridades policiais da DHPP, para que ele prestasse aquele depoimento. A morte dele guarda algum vínculo com o fato anterior e por isso a Corregedoria, que investiga todos os fatos atribuídos a policiais civis, resolveu avocar este caso”, acrescentou.
Zezé envolvido
De acordo com as investigações sobre a morte de Eliza, Bola se encontrou com Zezé duas vezes na noite do crime: antes e depois de asfixiar a modelo até a morte. O policial aposentado foi ouvido duas vezes pela polícia e, no primeiro depoimento, não contou que esteve com o colega na noite do crime. Na segunda versão, Zezé disse que Bola o procurou para pedir R$ 50 emprestados.
Os dois foram da mesma turma da Polícia Civil e, segundo as investigações, há indícios de que Zezé também tenha estado no motel onde Bruno e Macarrão passaram a noite, horas depois de sequestrar Eliza em um hotel de luxo no Rio de Janeiro. Como mostram as apurações, Macarrão e Zezé se falaram 23 vezes por telefone. Naquela noite, um homem que a polícia não conseguiu identificar à época, foi autorizado a subir até o quarto de Macarrão, onde permaneceu por 40 minutos.
“Bruno era o detentor do motivo para matar Eliza e Macarrão, como seu procurador, assumiu o motivo também. Bola foi o matador e Zezé o responsável pela aproximação para resolver o problema. Eles eram amigos, foram da mesma turma. Para mim, Zezé participou pelo menos da ocultação do cadáver”, afirma Edson Moreira.
As investigações sobre a morte de Sérgio ficarão a cargo do subcorregedor Alexandre Campbell, da 2ª Subcorregedoria. De acordo com o delegado Renato Patrício Teixeira, os depoimentos dos pais e da namorada de Sérgio, ouvidos no fim da semana, serão aproveitados. Uma reunião já está marcada com investigadores da DHPP para troca de informações. O corregedor disse que os policiais vão às ruas para complementar as informações sobre a vida pregressa da vítima. “Nada do que já foi feito será perdido. Queremos saber, por exemplo, os últimos contatos que ele fez”, diz o corregedor-geral.