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Estado de Minas

Mãe do menor diz que o filho sofreu pressão policial para confessar crimes


postado em 21/10/2010 07:40 / atualizado em 21/10/2010 07:48

Audiência no Fórum Lafayette ouviu ontem oito pessoas arroladas pela defesa, no dia em que advogado do goleiro ameaçou deixar o caso(foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press)
Audiência no Fórum Lafayette ouviu ontem oito pessoas arroladas pela defesa, no dia em que advogado do goleiro ameaçou deixar o caso (foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press)

A mãe do menor que cumpre medida socioeducativa pela morte da modelo Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, afirmou na quarta-feira que o adolescente, de 17 anos, foi pressionado pela polícia e por um tio a assumir participação no crime e a elaborar uma versão responsabilizando outros acusados. Ela foi uma das oito testemunhas a depor no Fórum Lafayette, durante cerca de cinco horas, em mais uma audiência de instrução do processo ligado ao atleta, que atuou por Atlético e Flamengo.

Policiais civis e militares também testemunharam em favor do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o homem que executou Eliza. Em seu depoimento, a mãe do menor afirmou que ele é viciado em drogas e que chegou a ser ameaçado de morte por traficantes do Rio de Janeiro, onde morava, devido a dívidas. Ela teria quitado um débito de R$ 650 para salvá-lo.

Treze testemunhas de defesa estiveram na audiência, mas somente oito foram ouvidas. As outras, dispensadas. A expectativa era de que 21 pessoas depusessem. Entre eles, o dono de uma empresa que fabrica camisas esportivas, onde foi confeccionado o uniforme da pelada de futebol ocorrida à época do suposto sumiço de Eliza Samudio, no sítio do jogador, dois policiais civis, um capitão da Polícia Militar e a mulher dele.

Novamente, o goleiro se viu obrigado a declarar em juízo que confia e no advogado Ércio Quaresma e o mantém no caso. Na manhã de quarta-feira, o criminalista chegou a declarar que pensava em abandonar a causa por estar prejudicando a defesa do cliente, devido a várias polêmicas em que se envolveu ao longo do processo.

O atleta foi ouvido também pelo secretário-geral da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Sérgio Murilo Braga, e pela delegada de defesa de prerrogativas da OAB, Cíntia Ribeiro de Freitas, e negou que esteja sofrendo ameaças por parte do defensor. A entidade instaurou um procedimento na Comissão de Ética e Disciplina contra Quaresma, depois que uma gravação foi revelada pela noiva do ex-goleiro, Ingrid Oliveira, com conteúdo que traria indícios de pressões e ameaças.

Quaresma se defendeu. “Me colocaram como um monstro. É constrangedor toda vez o Bruno ter que declarar que confia em mim, que não há vício de vontade”, reclamou. Ele afirmou não ser o protagonista do processo e mais uma vez ressaltou suposta pressão que Bruno estaria sofrendo por parte dos familiares para trocar sua defesa. A situação financeira do ex-jogador também foi comentada por Quaresma, que a pintou como “insolvente”. O tio do menor que apresentou as primeiras revelações à polícia afirmou ao programa TV Verdade, da TV Alterosa, que o advogado estaria sendo pago pelos ex-jogadores do Flamengo Adriano e Wagner Love e ainda por Léo Moura, que segue no clube. "O Bruno não deve ter mais um centavo. O cara já deve ter levado tudo”.

Está marcada para esta quinta-feira mais uma audiência de instrução do processo, em Vespasiano, a partir das 13h. Outras cinco audiências já estão agendadas. Os réus devem ser ouvidos nos dias 8, 9 e 10 de novembro, em Contagem.

Filho

A Polícia Civil do Rio de Janeiro, que investiga a paternidade do filho da modelo Eliza Samudio, de 24 anos, negou os rumores de que o pai da criança, nascida em 10 de fevereiro, é o goleiro Bruno Fernandes, de 25, acusado do sumiço e suposta morte da jovem. O advogado José Arteiro Cavalcante Lima, que representa Sônia de Fátima Moura, mãe da modelo, disse na quarta-feira à noite que “há informações extraoficiais” de que o exame comparativo de DNA, realizado pelo Instituto Médico Legal do Rio, teria dado positivo em relação ao atleta.

O tribunal no Rio informou que o processo corre em segredo de Justiça. Segundo Arteiro, o material para o exame foi cedido por Bruno, enquanto esteve detido no Rio de Janeiro. O advogado do goleiro, Ecio Quaresma, disse que desconhece o procedimento.

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