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Estado de Minas

Perito diz que assassinato de Eliza é 'virtual'


postado em 12/08/2010 15:47 / atualizado em 12/08/2010 16:00

Legista afirma que não há materialidade alguma de homicídio de Eliza Samudio (foto: Luciano Amarante/Folha Imagem)
Legista afirma que não há materialidade alguma de homicídio de Eliza Samudio (foto: Luciano Amarante/Folha Imagem)
O médico-legista alagoano George Sanguinetti pretende fazer a contraprova de todas as perícias feitas pelo Instituto de Criminalística de Minas nas investigações do Caso Bruno, a começar pela casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, de 47 anos, que teria estrangulado, esquartejado e alimentado seus cães com partes do corpo da ex-amante do goleiro, Eliza Samudio.

Nesta sexta, o advogado do preso, Zanone Manuel de Oliveira Júnior, vai descongelar e enterrar cinco cães da raça rottweiler que estavam doentes e foram sacrificados, pois o perito assistente não considera importante qualquer tipo de exame nos animais, por não haver pêlos ou unhas da vítima. Mesmo porque, segundo Zanone, a história dos cães nem foi citada na denúncia oferecida pelo Ministério Público.

Sanguinetti pretende ficar 10 dias em Minas e levar materiais para analisar em laboratório de Alagoas.
A perícia feita na Lande Rover de Bruno também será refeita. A Polícia Civil detectou manchas de sangue de Eliza no veículo e também do adolescente de 17 anos, primo do goleiro, que confessou tê-la agredida a coronhadas e lutado com a mesma. “Queremos saber se o sangue é realmente de Eliza. Também vamos fazer a contraprova do exame de DNA que a polícia fez no menor com base na saliva que ele deixou num copo descartável”, disse o perito. Para ele, seu trabalho mais importante será na casa de Bola, em Vespasiano, Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde segundo declarações do menor o ex-policial teria matado Eliza. Sanguinetti questionou o fato de não haver nenhum respingo de sangue na casa. “Esse caso, se me permite a expressão, é um assassinato virtual. Não há materialidade alguma de homicídio. A soma dos vestígios resultam em indícios, que fundamentam a materialidade, mas não temos nem vestígios”, disse o perito. Mas, se encontrar alguma prova que fundamente o trabalho da polícia, Sanguenetti adiantou que não a revelará.

Provas

O perito e o advogado deram entrevista à imprensa no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) de Contagem. O advogado Zanone informou que tem como provar que seu cliente não matou Eliza, mas que pretende apresentar os álibis no momento oportuno, ou seja, na hora do julgamento. Segundo ele, o processo somente seria arquivado se a própria Eliza aparecesse viva. “O meu cliente estava em um local com muitas pessoas na data e horário em que o crime teria ocorrido, em 10 de junho”, disse o defensor, que pretende entrar nesta sexta-feira com habeas corpus no Tribunal de Justiça de Minas pedindo a liberdade de seu cliente.

O processo já tem cerca de 3 mil páginas e será estudado pelo advogado e o perito em buscas de falhas na investigação e possíveis provas que possam inocentar Bola. A expectativa deles é que o Tribunal de Justiça decrete a incompetência do fórum de Contagem para julgar o caso, pois o crime, segundo a polícia e o próprio Ministério Público em sua denúncia, ocorreu em Vespasiano.

Zanone disse que vai orientar seu cliente a permanecer em silêncio, assim como na fase do inquérito, e também não prestar depoimento  à Justiça. “Ele somente vai falar para o seu juiz natural, que é o povo, representado pelos jurados na hora do julgamento”, disse. A assessoria de imprensa da Policia Civil de Minas informou que a corporação não vai se pronunciar sobre as intervenções de Sanguinetti no Caso Bruno.

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