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Estado de Minas PERÍCIA PARALELA

Legista promete contestar laudos do Caso Bruno


postado em 07/08/2010 18:19 / atualizado em 07/08/2010 18:39

George Sanguinetti ganhou notoriedade ao participar do caso PC Farias(foto: Luciano Amarante/Folha Imagem - 26/05/2008)
George Sanguinetti ganhou notoriedade ao participar do caso PC Farias (foto: Luciano Amarante/Folha Imagem - 26/05/2008)
O médico-legista alagoano e professor de medicina legal da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), George Sanguinetti, chega a Belo Horizonte nesta semana para fazer uma perícia paralela e contestar os laudos feitos pela Polícia Civil de Minas Gerais durante as investigações do desaparecimento e suposta morte da modelo Eliza Samudio, de 25 anos, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, de 25. Depois de mais de quatro semanas de negociações, a defesa do atleta e de outros oito acusados pelo Ministério Público Estadual (MPE-MG) por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e outros crimes, confirmou a contratação do perito.

Sanguinetti ficou famoso no país após a perícia do assassinato do empresário Paulo César Farias, o PC Farias, tesoureiro do presidente cassado Fernando Collor de Melo. Ele também foi responsável por produzir um laudo particular para o casal Nardoni, condenado por matar Isabella Nardoni, de 5, em março de 2008. O advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defende o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos (Bola), afirma que ainda terminará de analisar todo o inquérito para, em seguida, decidir quais perícias solicitará.

Entretanto, o legista adianta que alguns dos trabalhos não devem beneficiar a defesa. “Vamos repetir os exames no sangue encontrado na Land Rover do Bruno e ainda no fio de cabelo que estava no quarto do sítio dele. Mas se confirmados que são de Eliza, não haverá surpresas. Isso porque o sangue teria sido fruto da briga que ela teve com o adolescente J. e o cabelo só confirma o que todos já sabem, que a mulher dormiu naquele local”. Segundo George Sanguinetti, não há nada que aponte a materialidade dos supostos crimes. Na opinião dele, com base em provas técnicas, a ex-amante de Bruno está desaparecida.

A atenção do perito deve mesmo se voltar para o adolescente J., de 17, primeiro a dar informações sobre o sequestro, tortura e morte da modelo. Conforme o garoto, depois de apanhar, Eliza foi enforcada e teve partes de seu corpo jogadas para cães. “O suporte da polícia é o depoimento variável do jovem, que deu três versões. Além das contradições, há algumas condições que devem existir para que o depoimento seja considerado válido. Farei o teste de Rorschach, que mostra se ele tem maturidade e condições de sanidade para prestar informações importantes”, esclarece.

Ainda de acordo com Sanguinetti, há pessoas que têm quadros de fantasia e mitomania (tendência a mentir). “Elas se satisfazem com a mentira, que passa a ser uma necessidade de autoafirmação. Tudo isso será analisado em J.”. O médico ressalta que não há indícios ou vestígios que deem suporte técnico ao depoimento do adolescente. “O Código Penal diz que quando a infração deixa vestígios, é preciso que seja feito um exame de corpo de delito. Nem mesmo a confissão do réu pode substituí-lo. Não há corpo neste caso e nenhuma materialidade. Vamos buscar a autenticidade de tudo que foi dito até agora”, dispara.

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