O chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), delegado Edson Moreira, se reuniu nesse domingo com as delegadas Alessandra Wilke e Ana Maria Santos, da Delegacia de Homicídios de Contagem, na Grande Belo Horizonte, para fazer ajustes no inquérito que apura o desaparecimento e possível assassinato da modelo Eliza Samudio, de 25 anos, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes de Souza, também de 25. A investigação completa um mês nesta segunda-feira, prazo que Polícia Civil tinha para concluir o inquérito, e os delegados deverão pedir que ele seja prorrogado. Mesmo assim, o inquérito tem de ser encaminhado à Justiça, como prevê o Código de Processo Penal. A afirmação é do advogado criminalista Ércio Quaresma Firpe, que defende Bruno e outras seis pessoas acusadas de envolvimento no crime.
Segundo o criminalista, o inquérito, que já tem mais de 1,3 mil páginas, terá de ser entregue à juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem, com o pedido de dilação de prazo. “A juíza abre vista ao Ministério Público, que tem cinco dias para dar seu parecer. No entanto, é a Justiça que define se haverá a prorrogação”, explicou Quaresma. Ele também defende a mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, braço direito do goleiro; e os amigos do jogador Flávio Caetano Araújo; Wemerson Marques, o Coxinha; e Elenilson Vitor da Silva (caseiro do sítio do atleta em Esmeraldas, na Grande BH). Todos tiveram a prisão temporária de 30 dias decretada, cuja prorrogação também poderá ser solicitada por Edson Moreira.
Menor
De acordo com o advogado Marco Antônio Siqueira, que defende Sérgio Rosa Sales, o Camelo, primo de Bruno, que também está preso, a Justiça poderá dar o parecer sobre a prorrogação do inquérito ainda nesta segunda. Até terça, deverá sair a decisão sobre a acareação entre Sérgio e adolescente J., outro primo do goleiro, que está no Centro de Internação Provisória do Bairro Horto, na Região Leste da capital. O menor está sendo representado (denunciado) pelo promotor Leonardo Barreto Moreira Alves, da Vara da Infância e Juventude de Contagem, por sequestro, cárcere privado e homicídio triplamente qualificado de Eliza.
O advogado de J., Eliézer Jônatas de Almeida, é contra a acareação, solicitada por Edson Moreira há cerca de 15 dias. “Seria um desgaste para o menor, que não precisa se sujeitar a isso. Se a solicitação for acatada, vou apresentar uma petição contra e, se preciso, entrar com pedido de habeas corpus”, afirmou. De acordo com o advogado, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) enviou fax ao Juizado da Infância e Juventude de Contagem se posicionando contrário à acareação. O Ministério Público deu parecer favorável. A decisão caberá ao juiz Elias Abdou Obeid.
Eliézer de Almeida passou os dois últimos dias debruçado sobre as alegações finais do procedimento (processo) do adolescente, para tentar descaracterizar a representação (denúncia) feita pelo promotor. O prazo para que ele apresente a defesa se encerra às 17h desta segunda-feira. O juiz terá até cinco dias para dar a sentença. O prazo, no entanto, poderá ser prorrogado, uma vez que o juiz tem 45 dias, contados a partir do depoimento do menor, no dia 13, para finalizar o processo. “Eu acredito que a sentença saia até a próxima sexta-feira”, disse o advogado de J..