Quem sabe atuar em diversas áreas sai na frente no mercado de trabalho

Com a revolução tecnológica, as profissões têm de se adaptar aos novos tempos. A sociedade está cada vez mais conectada, áreas são robotizadas e surgem diferentes competências


Prime Talent/Divulgação
O século 21 exige profissionais cada vez mais preparados e com saber para atuar em diversas áreas. Visão fundamental que determina hoje em dia se o trabalhador é empregável ou não. David Braga, presidente e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos de média e alta gestão, tem uma previsão nada animadora para o mercado em 2017. “O ano ainda promete ser mais intenso quanto a demissões, desde o cargo inicial até a gerência. As organizações demitem e não contratam mais porque a demanda caiu ou porque passa a adotar avanços tecnológicos como a robotização. Portanto, quem não cria, não inova, não discute, não desenvolve sinergia com outras áreas ou empresas da cadeia produtiva poderá ter a função automatizada.” E isso ocorre porque é vertente cada vez mais presente dentro da organização resultados mais rápidos. “Claro que para a robotização exige-se um aporte inicial grande e não é para qualquer empresa, mas o retorno é maior, ainda mais se pensarmos na questão trabalhista onerosa do Brasil.”


David Braga alerta que, nos tempos modernos, estamos discutindo e adotando o conceito de sharing (casa, apartamento, carro etc.), carros autônomos, inteligência artificial, robotização, entre outras mudanças substanciais que aqueles que não se adaptarem aos novos tempos serão os próximos a ser substituídos. Seja pela máquina ou por outro profissional mais sênior. “Basta olhar para o mercado. A Amazon 'emprega' mais de 45 mil robôs nos seus armazéns e essa é tendência para aquelas posições em que não se precisa criar, discutir, analisar ou tomar decisões fora do programado.”

Por outro lado, David Braga enfatiza que segmentos que lidam com pessoas não correm o mesmo risco, já que a robotização é parte do processo. “Onde existe a personalização e personificação, o profissional é fundamental, mas desde que seja um profissional digital. O que não significa saber só acessar redes sociais, mas que dominem o date base marketing para tomada de decisão qualificada. É ir além do networking, mas estabelecer conexões sociais, ou seja, troca de competências e habilidades, quase um mentoring, que não precisa ser formalizado.”

HARVARD David Braga reforça que o profissional que as empresas buscam é aquele com diversidade de conhecimento. “Aqueles que adotam o lema da Universidade de Harvard: 'É importante saber muito de pouco e pouco de muito'. Em resumo, os profissionais especialistas generalistas são os que tendem a ganhar grande destaque nas organizações, independentemente do nível hierárquico, do estagiário ao gerente. O profissional digital precisa não estar só atualizado com a tecnologia e mídia, mas saber ler dados customizados para a cultura da empresa, independentemente da posição e segmento. Ele tem que assumir novas competências.”

E o ganho, alerta David Braga, é tanto para a organização quanto para o profissional. “A chave é pensar como melhorar o business. O que significa reduzir custo, criar processos mais sinérgicos, melhorar a eficiência, ofertar experiências para quem consome seu produto ou serviço, criar perenidade. São profissionais que não correm risco de perder seus postos porque estão em constante atualização.”

Para o profissional que ainda é resistente, não quer saber e tem baixa qualificação, o conselho é um só: se apresse em aprender. “Quem quer faz. É preciso viver a tecnologia. A informação é livre e tácita. Porém, uma boa quantidade de profissionais não tem aprofundado de forma consistente. Há duas vertentes, a conectividade enquanto conexão e a postura, o que exige do trabalhador ser quase um super-homem ao ter de criar sinergia e conhecimento diversificado. A procura é pelo profissional que conheça de fio a pavio todo o processo. Tecnologia hoje é competência.”

David Braga ainda alerta que o que funciona hoje já está obsoleto. Essa máxima precisa estar bem latente nos profissionais que querem não apenas garantir seus empregos hoje, mas garantir a empregabilidade dos próximos tempos. É importante buscar autoconhecimento, novas experiências e ter a flexibilidade mental para transitar em um ambiente de constantes mudanças (tecnologia, macroeconomia, modelo de negócio etc.).

COMENTÁRIOS