Game criado em Montes Claros cultua do pequizeiro aos catopês

Aplicativo desenvolvido por alunos da cidade foca tradições de Montes Claros


Kevin Jonas/divulgacao

A tecnologia e a inovação serviram de ferramenta para dois universitários de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, responsáveis pela criação de um jogo virtual que divulga e valoriza a cultura e as tradições da cidade e da região, proporcionando também fonte de renda aos idealizadores. O aplicativo abriu espaço para a divulgação de empresas, podendo ser baixado gratuitamente em smartphones com o sistema operacional Android (Google Play).


Batizado de Montes Claros Adventure (MCA), o jogo foi desenvolvido pelos universitários Ítalo Magalhães, de 20 anos, que está no segundo período do curso de Sistemas de Informação da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes); e Paulo Márcio de Almeida, de 21, estudante do quarto período do curso de Ciência da Computação do Instituto Federal do Norte de Minas (INFMG). Eles criaram a startup Maper Play, que desenvolve aplicativos e jogos.


A competição tem como cenário a área urbana de Montes Claros – quinta maior cidade de Minas, com 394 mil habitantes –, destacando os pontos típicos de visitação do município, como a Catedral de Nossa Senhora Aparecida, a Matriz de Nossa Senhora e São José (primeiro templo da cidade), o Shopping Popular e o prédio da prefeitura.

Durante a disputa, os jogadores recebem informações sobre os pontos turísticos.

“Por meio do game, procuramos divulgar a cultura local, além de proporcionar entretenimento às pessoas. Para isso, usamos cenários, personagens e aspectos históricos e tradicionais da cidade”, afirma Ítalo Magalhães.

O aplicativo não tem recomendação de idade. Os idealizadores levaram cerca de oito meses para concluir a montagem do game, que conta com tutorial, uma espécie de manual de instrução que orienta o usuário sobre o passo-a-passo do desafio.


Na disputa virtual, o usuário controla a personagem Kato, criada com base nos catopês dançantes (figuras folclóricas) das centenárias Festas de Agosto de Montes Claros. Kato tem como desafio expulsar os inimigos formigons, inspirados nos tempos do Arraial das Formigas, primeiro nome do município norte-mineiro.

Para conter os invasores, a personagem central do game atira pekibolas, uma referência ao pequi, fruto símbolo do cerrado e produzido em larga escala no Norte de Minas. Em alguns momentos, para enfrentar os insetos gigantes, Kato pode recorrer ao suporte do Pequi Atômico, apelido do time de vôlei de Montes Claros que disputa a Superliga Masculina e tornou-se conhecido nacionalmente.


Ainda no aplicativo, o usuário tem como principal objetivo expulsar os formigons e eliminar túneis para, dessa maneira, acabar com terremotos. O roteiro é uma referência aos tremores de terra já registrados na cidade. No jogo virtual, os formigons são apontados como causadores dos terremotos. Na realidade, os abalos sísmicos são decorrentes de uma falha geológica localizada próximo à área urbana de Montes Claros, segundo estudos realizados na região pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB).


PARCERIA COM EMPRESAS


Ítalo Magalhães conta que os sócios na iniciativa já estão trabalhando na montagem de um site, que terá espaço dedicado a anúncios de empresas. O aplicativo já possibilita ganho financeiro com a participação de empresas parceiras inseridas no projeto e que interagem com o personagem da competição e são divulgados por intermédio de out-door virtual.


“No jogo, a partir do momento que entra na chamada casinha (loja), o usuário visualiza a marca da empresa e participa de uma forma de promoção do estabelecimento, por intermédio de cupons”, afirma o universitário. Cupons são pontos recebidos pelo personagem do game. Ítalo comemora centenas de downloads feitos em smatphones pouco mais de um mês depois de o aplicativo ter sido disponibilizado no Google Play.


COMENTÁRIOS