BGS 2016 terá presença intensa de desenvolvedores mineiros


TDZ/Divulgação
Quem conhecer Eliosi's Hunt durante a BGS em setembro talvez demore a acreditar que jogo de ação com gráficos impressionantes está sendo desenvolvido por brasileiros – mais especificamente, os mineiros da TDZ Games, de Belo Horizonte. O game independente que busca financiamento no Kickstarter já é presença confirmada em estandes como o da Playstation, que demonstrará algumas promessas nacionais durante a Brasil Game Show 2016, a feira de jogos eletrônicos que começou pequena e hoje é uma das maiores e mais importantes do mundo, um exemplo para o mercado nacional.

“Quando começamos, em 2009, era uma coisa menor. Ainda se chamava Rio Game Show, o nome Brasil Game Show veio na terceira edição, em 2010. E dai não parou de crescer. Na primeira edição recebemos 4 mil entusiastas, na última, em 2015, foram mais de 300 mil”, relembra Marcelo Tavares, CEO e fundador da BGS.

E ão foi só o público que cresceu. Apesar de ainda existir muito preconceito para com a área, os jogos eletrônicos estão ganhando espaço no país e são cada vez mais desenvolvedores independentes e startups neste mercado. Novata, a TDZ Games já coleciona participações em todos os tipos de evento. No começo da no participaram do BIG Festival e devem se esticar em São Paulo para o SBGames, que será logo após a BGS. "O BIG é um evento mais voltado para desenvolvedores e negócios, tivemos muitas reuniões por lá. Já a BGS é um evento para o público. E logo após, vamos para o SBGames – o Eliosi's Hunt foi selecionado para o festival”, explicou Lucas Augusto, um dos membros do time mineiro.

Ao todo, quatro startups de games estarão com estandes na BGS: além da TDZ, Gartic, Tower Up Studios e Mopix Games já confirmaram presença. “Vamos aproveitar o momento da feira para lançar o Magic Master no Brasil”, contou Raoni Dorim, CEO da Mopix, que depois de passar por um processo de aceleração no Vale do Silício, pela GSV Labs, agora está em Kuala Lumpur, na Malásia, participando do programa Game Founders, que já investiu dinheiro na empresa. “Lançaremos para iOS e Android, quem passar pelo nosso estande poderá baixar o game na mesma hora”, completou ele.

As quatro startups mineiras na BGS terão companhia: neste ano, a área dedicada aos desenvolvedores independentes triplicou de tamanho: “A área indie é fundamental para abrir espaço para a produção nacional. Ano passado eram 36 estandes, agora são 108”, considerou Marcelo Tavares. “Trabalho com games desde 2002 e lembro que naquela época quase ninguém produzia. Com o passar do tempo, isso mudou muito. As ferramentas começaram a aparecer com maior abundância e maior qualidade. E as empresas começaram a dar mais valor para os jogos independentes. O Brasil conseguiu pegar carona nesse processo, mas entrou um pouco tarde”, refletiu.

Mas apesar do atraso, as expectativas dos desenvolvedores independentes locais são as melhores. “O que realmente falta é o interesse dos brasileiros em jogar os jogos feitos aqui. Grande parte dos jogadores estão mais acostumados com jogos AAA e é muito difícil de nós, desenvolvedores indie, conseguirmos nos comparar com os estúdios maiores em termos de tecnologia e marketing. Mas acredito que pouco a pouco estamos conseguindo nosso lugar na mente dos jogadores daqui”, concluiu Lucas.

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