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Estado de Minas

Conheça o álbum The Beatles (1968)


postado em 14/11/2012 09:20

(foto: Revista O Cruzeiro/Acervo Jornal Estado de Minas)
(foto: Revista O Cruzeiro/Acervo Jornal Estado de Minas)
Turbulência. Não há palavra melhor para definir as gravações de The Beatles, mais conhecido como “Álbum branco”, lançado em 22 de novembro de 1968. Antes disso, a banda toda foi para a Índia, de férias, ficando em um retiro ouvindo ensinamentos do guru Maharishi Mahesh Yogi. Várias músicas deste álbum foram influenciadas por ele, como Dear prudence, I'm so tired, Rocky raccoon, Mother's nature son, Why don't we do it in the road? e The continuing story of Bungalow Bill. Primeiramente Ringo, seguido por Paul, não aguentaram e foram embora da Índia antes do final da “meditação transcendental”. Neste álbum, Yoko Ono participa de todas as sessões de gravação, dentro dos estúdio com os demais Beatles, gerando desgaste, pois de acordo com os demais integrantes, ninguém participava deste momento até então de forma contundente, a não ser algum roadie ou produtor que estivesse no estúdio no momento. De acordo com Lennon, no documentário Anthology, “foi o início de uma morte lenta dos Beatles”, quando eles já não eram tão unidos para fazerem tudo o que gostavam, ou mesmo para fazerem juntos ou resolverem entre eles, algo que desagradasse alguém. Logo após o retorno da Índia, Ringo ameaçou deixar o grupo, ficando ausente das gravações por duas semanas por não se considerar “tão bom”, sendo consolado e reintegrado pelos demais integrantes. Durante as gravações, John, Paul e George gravavam ao mesmo tempo, em três estúdios diferentes, não havia mais a unidade de outros trabalhos. Muitas músicas não contavam com as participações dos quatro Beatles. De acordo com Paul, no mesmo documentário, “a banda começou a se separar com este álbum”. George foi mais enfático: “Havia muito ego na época, algumas músicas deveriam ter sido rejeitadas ou destinadas a meros lados B”, mas cada integrante não abria mão de suas composições, deixando o trabalho extenso. A impressão é de que cada músico estava preocupado em como sua música soaria no álbum e não com o álbum soaria por completo, pensando no conjunto das faixas, em todo o conceito. Mesmo assim, foi um tremendo sucesso, chegando ao número 1 na Inglaterra e nos Estados Unidos, vendendo mais de 30 milhões de cópias. Sem a menor dúvida, é o álbum mais variado musicalmente de toda a carreira, passeando por inúmeros estilos. Tal variedade pode-se constatar em músicas tão diferentes como Ob-la-di Ob-la-da (chamada de o primeiro “ska feito por brancos”, que Paul queria que virasse single, mas John detestava), Helter skelter (considerada o primeiro “rock pesado” da história), faroeste (Don't pass me by, de Ringo), colagens psicodélicas (Revolution 9, de John e Yoko), blues (Yer blues), rock and roll clássico (Birthday), baladas de amor para as esposas (I will, de Paul e Julia, de John) e canções majestosas (Good night). O álbum também apresenta canções mais sérias, como Sexy sadie, que de acordo com Steve Turner, autor do livro The Beatles – A história por trás de todas as músicas, esta canção Lennon fez para o guru Maharishi Mahesh Yogi, pois para Lennon, o guru só estava interessado no dinheiro do grupo e em investir sexualmente nas mulheres que participavam da meditação. Outra deste naipe é Blackbird, que na época surgiram várias versões sobre as pretensões da letra, mas recentemente durante os shows no Brasil, Paul afirmou no palco que foi motivada pelos conflitos raciais que ocorriam nos EUA no final da década de 1960. Nem tudo era seriedade. Savoy truffle, é uma divertida música de George sobre o vício de seu amigo Eric Clapton em chocolate. Infelizmente este seria o menor dos vícios do chamado “Deus da guitarra”. Martha my dear, possui belíssimos arranjos, mas é apenas uma canção que Paul fez para seu cachorro (!). Também se destacam Dear prudence (gravada quando Ringo estava fora da banda, chama a atenção para a desenvoltura de Paul McCartney na bateria), Back in USSR (paródia ao clássico “Back in the USA” de Chuck Berry, soando meio provocativa aos conservadores norte-americanos em época da Guerra Fria), a emblemática While my guitar gently weeps (de George), o vocal marcante de John em Happiness is a warm gun e a versão mais lenta para Revolution, chamada de Revolution 1. Assista ao videoclipe da música Yer blues, retirada do filme Rock and roll circus, dos Rolling Stones, gravado em dezembro de 1968. Nesta apresentação, Lennon é acompanhado por Eric Clapton (guitarra), Keith Richards (baixo) e Mitch Mitchell (bateria), formando o grupo The Dirty Mac.

 

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