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Estado de Minas

Ilan: Copom considera redução moderada de corte de juros como apropriada


postado em 19/09/2017 12:19

Brasília, 19 - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reforçou nesta terça-feira, 19, durante reunião com investidores em Nova York, que o Comitê de Política Monetária (Copom) considera "apropriada" a redução moderada de corte de juros para próxima reunião.

Em suas comunicações mais recentes, o BC e o próprio Goldfajn têm deixado claro a intenção de reduzir o atual ritmo de cortes da Selic (a taxa básica de juros) no próximo encontro do Copom, no fim de outubro. Atualmente, a Selic está em 8,25% ao ano. No último encontro, o corte promovido foi de 1 ponto porcentual.

De acordo com Ilan, o Copom prevê um fim gradual do ciclo de cortes da Selic. Ao mesmo tempo, ele pontuou que o ciclo de flexibilização seguirá dependendo da atividade econômica, do balanço de riscos, de reavaliações sobre a extensão do ciclo e de projeções e expectativas para a inflação.

Reformas

O presidente do Banco Central afirmou também que a evolução de reformas e ajustes na economia contribuem para a redução da taxa de juros estrutural - aquela que permite crescimento econômico sem gerar inflação. Segundo ele, medidas recentes adotadas na área de crédito contribuíram para o declínio da taxa estrutural.

Nos últimos meses, o governo e o BC apresentaram alterações numa linha específica - a do rotativo do cartão de crédito - e promoveram mudanças na dinâmica de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da criação da Taxa de Longo Prazo (TLP).

Durante a apresentação aos investidores, Ilan Goldfajn afirmou que, no nível atual, perto de 3%, a taxa de juros real (descontada a inflação) já promove estímulo para a economia.

"A taxa ex-ante está abaixo da taxa de juros estrutural, o que significa que há duas possibilidades à frente: a taxa de juros estrutural pode diminuir ao longo do tempo ou a taxa de juros (Selic) pode aumentar", disse Ilan. "Ou, ainda, pode haver uma combinação de ambas as possibilidades."

Condições econômicas

Durante a reunião com os investidores em Nova York, o presidente do Banco Central afirmou que "as condições econômicas prescrevem política monetária acomodatícia, isto é, taxas de juros abaixo do nível estrutural". Também repetiu que a convergência da inflação à meta de 4,5% no horizonte relevante, que inclui 2018, é compatível com processo de flexibilização.

"As projeções do Copom indicam que a inflação está sob controle", disse Ilan Goldfajn.

Ele também voltou a citar as projeções do Comitê de Política Monetária (Copom) para a inflação: perto de 3,3% para 2017 e de 4,4% em 2018. Estes números levam em conta as projeções para câmbio e juros contidas no Relatório de Mercado Focus.

O presidente do BC disse ainda que a evolução da inflação é favorável, incluindo entre os itens da área de serviços. Ao mesmo tempo, ele voltou a fazer uma defesa da atuação do BC, que desde o fim do ano passado vem sendo criticado por setores da iniciativa privada e do próprio governo por supostamente ter demorado em acelerar o processo de cortes da Selic.

Como vem fazendo em eventos públicos e fechados, Ilan Goldfajn pontuou que a inflação somente mostrou declínio substancial desde o último trimestre de 2016, mantendo-se em alta até o terceiro trimestre de 2016.

Fatores de risco

O presidente do Banco Central comentou que o cenário básico da instituição envolve fatores de risco em ambas as direções - tanto de alta quanto de baixa da inflação. O comentário retoma ideia contida nas comunicações mais recentes do BC, como a ata do último encontro do Copom, divulgada na semana passada.

Segundo Ilan, a combinação dos possíveis efeitos secundários do choque favorável dos preços dos alimentos e dos baixos níveis de inflação dos bens industriais com a possível inércia da inflação baixa atual, incluindo os componentes da área de serviços, "pode levar a uma trajetória prospectiva de inflação inferior ao esperado".

Ele repetiu ainda que a frustração com as reformas e os ajustes na economia podem afetar os prêmios de risco. Este risco, segundo ele, se intensifica em caso de reversão do ambiente benigno no exterior.

(Fabrício de Castro)


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