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Estado de Minas

Governo de Minas quer criar mais de 20 mil empresas até 2018

Aposta no empreendedorismo individual pode ser a saída para a criação de vagas no mercado de trabalho em Minas


postado em 14/08/2017 06:00 / atualizado em 14/08/2017 09:07

Secretário da Sedectes, Miguel Corrêa, diz que é preciso uma nova mentalidade em relação a concursos (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press - 5/4/17)
Secretário da Sedectes, Miguel Corrêa, diz que é preciso uma nova mentalidade em relação a concursos (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press - 5/4/17)

Em meio aos altos índices de desemprego que persistem no país, a aposta no empreendedorismo individual pode ser a alternativa para a criação de vagas no mercado de trabalho em Minas Gerais.

A secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) lançará, nas próximas semanas, três programas que buscam parcerias com escolas, universidades e prefeituras para incentivar a criação de novos negócios.

Além das atividades tradicionais da economia mineira, como a mineração e a agricultura, a ideia é usar cada vez mais o conhecimento como forma de gerar riquezas e atrair negócios para o estado.

Com 11 universidades públicas, duas estaduais e seis parques tecnológicos espalhados pelo estado, o secretário do Desenvolvimento, Miguel Corrêa, avalia que essa estrutura pode ser melhor aproveitada para alavancar novos projetos e empreendimentos.

No entanto, ele ressalta que uma mudança na mentalidade das pessoas será fundamental para impulsionar o crescimento de novos negócios.

“Temos a maior rede de universidades públicas do país. Temos uma sólida rede de universidades privadas. Temos ensino técnico em todas as áreas. Produzimos muito conhecimento e exportamos talento. Com uma safra tão sólida, temos que mudar algo importante em nossa cultura. Aprendemos desde cedo que o melhor é passar em concurso público. Mas muitos estados estão falindo e não estão dando conta de pagar salários. Existe uma crise enorme de arrecadação. É preciso uma nova mentalidade”, diz Corrêa.

PRIMEIRO PASSO As ações para estimular o empreendedorismo partem da filosofia de que o estado, apesar das dificuldades financeiras, pode ajudar as pessoas a dar o primeiro passo para a criação de seus próprios negócios.

“Temos espaços públicos ociosos, com computadores e internet, que podem receber pessoas com ideias que precisam de algum auxílio profissional para torná-las realidade. O governo entra com o apoio profissional, com professores especializados da área”, explica Corrêa.

Projetos aprovados em seleção feita pela Sedectes receberão bolsas mensais – entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil – por um ou dois semestres.

“O estado colocará R$ 20 ou R$ 30 mil em uma empresa que, em um ano, vai gerar cinco postos de trabalho e devolver o triplo para o estado por meio de impostos. Ou seja, em menos de um ano recebemos três vezes o que aplicamos”, diz o secretário.

Uma das apostas é o programa Start Up Universitário, que prevê a instalação de 50 aceleradoras (empresas que apoiam e investem no desenvolvimento de startups) até dezembro nas instituições de ensino superior de Minas.

A secretaria espera que cada uma aceleradora receba 50 projetos e que, até o fim do primeiro semestre do ano que vem, atinga mais de 20 mil empreendedores.

Plano de gestão é fundamental


Outra ação que será lançada nas próximas semanas é voltada para o público que não está dentro das entidades de ensino superior.

O Inova Minas prevê uma parceria com prefeituras, que disponibilizarão espaço para a instalação de 100 aceleradoras, que receberão pessoas com ideias de negócios e que têm interesse em aprender como desenvolver a ideia.

“O principal motivo de falência das empresas é não saber precificar seus produtos. São falhas técnicas que podem ser resolvidas com uma preparação profissional. Vamos disponibilizar esse conhecimento e ensinar como ter um plano de gestão, de marketing, como usar novas tecnologias a favor do produto, seja ele um queijo ou um software”, afirma Miguel Corrêa.

O secretário lamentou as mudanças na legislação trabalhista aprovadas pelo Congresso no mês passado e cita o exemplo da Espanha como modelo que prejudicou os trabalhadores.

O país europeu, explica Corrêa, passou a ter profissionais sem vínculos profissionais com empresas e as pessoas buscam preencher seus horários com várias ocupações, que podem durar duas ou três horas.

NOVO PERFIL “Sou absolutamente contrário (à reforma aprovada). O que se está construindo é um modelo de emprego sem as garantias que construímos no passado. Mas, como secretário, só posso jogar com as regras e a legislação que está vigente. Não adianta recusar, migraremos para um perfil novo, em que as pessoas perdem a trajetória profissional dentro de uma empresa e perdem qualquer tipo de estabilidade”, diz Corrêa.

Ele criticou os cortes orçamentários em áreas importantes feitos pelo governo federal e citou a preocupação com a falta de verbas para as universidades.

“São muitas preocupações com as medidas implementadas. Teremos 180 mil famílias que deixarão de ter o Bolsa Família. Sem condições de comer, como essas famílias vão enviar seus filhos para programas para aprimorar sua educação? Esse cenário precisa mudar e só por meio da democracia, no ano que vem, elegendo um governo melhor do que esse que aí está”, afirma Corrêa.


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