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Estado de Minas

Venda de ativos no setor elétrico brasileiro pode atrair R$ 30 bilhões

Interesse internacional por grupos brasileiros e crise nos cofres estaduais devem estimular novas vendas


postado em 25/06/2017 06:00 / atualizado em 25/06/2017 08:45

São Paulo – Uma nova onda de vendas começa a ser colocada em curso no setor elétrico brasileiro, num movimento que pode atrair quase R$ 30 bilhões. Do ano passado para cá, estatais de vários estados iniciaram processo para vender ativos de geração, transmissão e distribuição de energia. A lista inclui Cesp, de São Paulo; Copel, do Paraná; CEB, do Distrito Federal; e CEEE, do Rio Grande do Sul; além da companhia federal Eletrobrás.

Na outra ponta estão investidores tradicionais do setor e estrangeiros com elevada liquidez que querem estrear ou aumentar a participação no país. Há, pelo menos, uma dúzia de multinacionais avaliando os negócios no setor, como as canadenses Hydro Quebec e os fundos CPPIB, Ontario Teachers e British Columbia; as europeias Iberdrola, Enel e Terna; e as chinesas State Grid, Huadian, China Three Gorges (CTG), State Power (SPIC), China Investment Corporation (CIC) e China Southern Grid. Entre as nacionais, a Equatorial é apontada como consolidadora.

“Há ativos muito interessantes na mesa. O investidor que comprá-los terá a vantagem de adquirir negócios maduros, com licenças ambientais aprovadas e demanda cativa”, diz Alexandre Bertoldi, sócio-gestor do Pinheiro Neto Advogados. O portfólio é diversificado, inclui pequenos e grandes empreendimentos, mais ou menos rentáveis, em várias partes do Brasil.

“O setor elétrico caminha para um modelo de controle majoritário da iniciativa privada. Não há mais necessidade de o Estado ficar à frente dos investimentos, como ocorria antes com a Eletrobrás”, avalia o professor da UFRJ Nivalde Castro.

Apesar de enfrentar resistência por parte da sociedade, a venda dos ativos estatais virou a única alternativa para as empresas – ou estados – sanearem suas contas. Nos tempos de bonança, muitas dessas companhias investiram pesado em novos empreendimentos e se endividaram. No meio do caminho, sofreram o impacto da renovação das concessões, que reduziu o fluxo de caixa de muitas delas e provocou um descompasso entre dívidas e receitas. Hoje, na maior recessão da história do país, elas fazem o movimento inverso para reduzir seu tamanho.

CONSOLIDAÇÃO Quando a chinesa State Grid anunciou, no ano passado, a compra da CPFL, uma das maiores companhias privadas de energia do Brasil, as apostas do mercado indicavam para um novo movimento de consolidação do setor, ancorado por investidores asiáticos. O apetite chinês continua forte pelos ativos brasileiros, mas agora eles têm a companhia de outros interessados.

Vários investidores espanhóis, italianos, ingleses e canadenses estão olhando ativamente negócios no Brasil. É o caso do fundo do investidor britânico Guy Saxton, o Brazil Iron, que está disposto a injetar 1 bilhão de euros no país em ativos de transmissão da estatal Eletrobrás.


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