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Estado de Minas

Com estoques, montadoras produzem mais e concentram em exportações

Vendas no Brasil encolheram 2,4% de janeiro a abril, enquanto fábricas operaram em ritmo 20,9% superior a 2016 e as demissões continuam. Embarques ao exterior bateram recorde


postado em 06/05/2017 06:00 / atualizado em 06/05/2017 08:19

Anfavea culpou sequência de feriados pelo mau desempenho dos negócios no Brasil em abril, com queda de 17,1% frente a março(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press )
Anfavea culpou sequência de feriados pelo mau desempenho dos negócios no Brasil em abril, com queda de 17,1% frente a março (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press )

A venda de veículos novos no Brasil alcançou 156,8 mil unidades em abril, baixa de 3,7% em comparação a igual mês do ano passado. Sobre o resultado de março último, houve queda de 17,1%, informou ontem a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No acumulado do ano até o mês passado, o mercado encolheu 2,4% frente a igual período do ano anterior, para 628,9 mil unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. A despeito da retração, as montadoras produziram 20,9% mais nesse período.

O crescimento tem sido impulsionado pelo aumento das exportações. As vendas ao exterior têm sido a válvula de escape para a indústria automobilística, que ainda enfrenta uma baixa demanda por veículos no Brasil, em razão do elevado nível de desemprego e da restrição ao crédito. Uma das causas para a redução das vendas, segundo o presidente da Anfavea, Antonio Megale, foi a quantidade de dias úteis em abril devido aos feriados e à greve geral da última semana.

“Estamos na tendência da estabilização, mas ainda não chegamos lá. Abril teve 18 dias úteis e ainda manifestações no último dia útil do mês, mas a média diária de emplacamentos apresentou um número positivo (crescimento de 6% em relação a março)”, ponderou. Em abril, 156,9 mil carros novos foram emplacados.

Segundo Megale, a expectativa é que as vendas do setor melhorem nos próximos meses. “Acreditamos que em maio teremos um mês importante em resultados por uma questão de dias úteis.” Por segmento, as vendas de automóveis e comerciais leves somaram 152,6 mil unidades em abril, recuo de 3,3% frente a abril de 2016 e de 17,1% ante o volume do mês anterior. Os emplacamentos destes dois segmentos acumulam, de janeiro a abril, queda de 1,6% sobre igual intervalo do ano passado, para 613,2 mil unidades.

Entre os veículos pesados, foram 3,4 mil caminhões vendidos em abril, representando baixa de 17,4% ante igual mês do ano passado e recuo de 15,5% sobre o resultado de março. No acumulado do ano, o segmento acumula retração de 24,1%, para 13,1 mil unidades. No caso dos ônibus, as montadoras venderam 787 unidades em abril, queda de 14,1% sobre o resultado de igual mês do ano passado e tombo de 8,2% em relação a março. A queda no acumulado do ano é de 29,2%, para 2,5 mil unidades.

Apesar da alta na produção em quase todos os segmentos da indústria automotiva, as montadoras continuam fechando postos de emprego. Em abril, foram 121 vagas eliminadas. Em 12 meses, o saldo do emprego no setor é negativo em 8.419.  Na avaliação da Anfavea, os postos de trabalho no setor seguem estáveis, com ligeira queda em abril de 0,1%, na comparação com março.

“Nos empregos a situação é estável. As empresas estão aguardando uma recuperação de mercado a partir do segundo semestre (para contratar)”, observou Megale, que disse apoiar as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo e em tramitação no Congresso Nacional. Ele disse ainda que o setor vê alguns sinais de recuperação e apoia fortemente as mudanças e reformas propostas pelo governo. “Entendemos que a reforma trabalhista é um avanço na modernidade das relações de trabalho.”

Estoques Com a demanda por veículos ainda reprimida, o setor permanece com estoques elevados. Os pátios das montadoras e das concessionárias terminaram abril com 216,4 mil veículos à espera de compradores. O estoque é suficiente para 41 dias de venda, considerando-se o ritmo das vendas registrado em abril. Um mês antes, o número de veículos encalhados era de 220 mil, suficiente para 42 dias de vendas, também considerando-se o ritmo de abril. Segundo a Anfavea, o ideal é que os estoques sustentem cerca de 30 dias de vendas.

As exportações em valores de veículos e máquinas agrícolas somaram US$ 1,261 bilhão em abril, alta de 55,5% na comparação com abril do ano passado, mas queda de 5,2% ante março. No acumulado do ano, houve avanço de 52,6% sobre igual período de 2016, para US$ 4,605 bilhões.

Ainda em abril, foram exportadas 58,7 mil unidades de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, o que representa expansão de 48,1% na comparação com abril do ano passado, mas recuo de 14,2% ante março. No acumulado do ano, houve avanço de 64,2% sobre igual período de 2016, para 232,1 mil unidades. O presidente da Anfavea, Antonio Megale, destacou que esse é o maior volume de exportações da história para o período.

Incentivos no forno


O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira, usou a maior parte do tempo que durou a sua palestra em evento em que a Ford lançou o motor 1,5L 3C, em São Paulo, para falar sobre o programa de incentivo à indústria automotiva, o Rota 2030. Ele substituirá o Inovar Auto, programa de incentivo à inovação e ao adensamento da cadeia produtiva no setor automotivo cujo prazo de vigência termina em outubro deste ano.

O Inovar Auto trouxe problemas ao governo brasileiro ao ser questionado e condenado no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) em razão dos incentivos que concedia ao setor automotivo. O ministro disse preferir não falar sobre o que deu errado no Inovar Auto pelo fato de o programa ter sido feito por outro governo.

Para ele, a partir de agora é olhar para frente. “Temos que olhar para frente, para o novo ciclo automotivo que começa em janeiro de 2018”, disse Marcos Pereira, acrescentando que a política industrial automotiva tem que ser uma política de Estado e não de governo. “Tem que dar previsibilidade à indústria e trazer investimentos, não pode ser mudada a cada governo”, disse.
O Rota 2030, ainda em desenvolvimento, disse Marcos Pereira, vai garantir a política industrial do setor por 15 anos. O governo já criou um grupo de trabalho denominado GTI 4.0, que tem até o dia 31 para apresentar uma prévia do programa. Depois dos ajustes, o Rota 2030 será apresentado ao presidente Michel Temer em setembro para ser aprovado e colocado em vigência ainda neste ano.

“O objetivo é dar previsibilidade e garantir investimentos”, afirmou o ministro, destacando que um dos objetivos da nova política automotiva é tornar os veículos brasileiros competitivos também no exterior.


Enquanto isso….

... Reação nos ares

A demanda por transporte aéreo doméstico de passageiros aumentou 5,4% em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Esse foi o primeiro resultado positivo do indicador na base anual depois de 19 meses consecutivos de queda. A oferta de transporte aéreo doméstico também voltou a crescer, interrompendo uma sequência de 18 meses de retração. Houve avanço de 3,5% em março em relação ao mesmo período de 2016


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