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Estado de Minas

Setores de aeronáutica, químico e de bebidas vencem a crise

Em comum, são empresas que não estavam endividadas quando a turbulência bateu às portas, focaram em exportações ou apostaram em nichos de mercado menos suscetíveis ao encolhimento da economia


postado em 23/04/2017 06:00 / atualizado em 23/04/2017 08:30

Processo de gaseificação de cerveja: bebida artesanal cresce em Minas(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press )
Processo de gaseificação de cerveja: bebida artesanal cresce em Minas (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press )

Brasília – No árido terreno da recessão, há um oásis de indústrias que têm driblado a crise. Em comum, são empresas que não estavam endividadas quando a turbulência bateu às portas, focaram em exportações ou apostaram em nichos de mercado menos suscetíveis ao encolhimento da economia. Além de ter sentido o baque da retração da economia, o setor acumula 11 trimestres consecutivos — quase quatro anos — de queda na produção. Não à toa, lembra Igor Rocha, diretor de Planejamento e Economia da Associação Brasileira da Indústria de Base (Abdib), a participação das fábricas no Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produção de bens e serviços do país), que já foi superior a 17%, hoje está em 10,9%.

“É um dado alarmante, que mostra um processo acelerado de desindustrialização”, alerta. Entre 2014 e 2016, a produção encolheu 17%. A indústria de transformação perdeu mais ainda, com queda de 19%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, levantamento feito pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi) também identifica a indústria sem crise.

“Os casos positivos são segmentos com boa competitividade internacional, que podem ter compensado ao menos parcialmente, a queda da demanda doméstica com aumento de exportações”, avalia Rafael Cagnin, economista do Iedi. Estratégias empresariais diferenciadas também minimizam o efeito da crise, analisa Flavio Castelo Branco, gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Companhias focadas em mercados mais dinâmicos, mais proativas, com maior presença no mercado internacional, levam vantagem, assim como segmentos ligados a produtos inovadores e bens de consumo com apelo diferente, mais sofisticados, voltados à parcela de consumidores que não sentem a crise.”

Talvez o maior exemplo de indústria brasileira sem crise seja a Embraer, fabricante de aeronaves, com foco em tecnologia de ponta e 90% da produção voltada ao mercado externo, com crescimento consistente a despeito da recessão. Um outro setor, no entanto, se destaca, com expansão de 19% entre 2014 e 2016 e  de 13,1% no último trimestre do ano passado, aponta o estudo do Iedi. Quem fornece para essa cadeia também está surfando em boas ondas.

Imprescindível para a saúde e a vida, a indústria farmacêutica mantém níveis de crescimento surpreendentes e sustentáveis, sem tomar conhecimento da grave crise que assola o país desde 2014. Apenas o segmento dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs) movimentou R$ 18,5 bilhões em 2016. O crescimento foi de 12,8% sobre 2015, praticamente igual ao registrado naquele ano sobre 2014, verdadeiro milagre no país, que encolheu 7,5% no período. O principal motivo dessa expansão constante é o incremento nos investimentos em comunicação e no varejo, explica Marli Sileci, vice-presidente executiva da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip).

 

 


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