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Estado de Minas

Após revisões na PMC e PMS, IBC-Br sinaliza alta maior no PIB, dizem analistas


postado em 17/04/2017 17:43

São Paulo, 17 - O forte avanço do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) em fevereiro, de 1,31% ante janeiro, e a própria revisão na margem de mês anterior, para alta de 0,62%, de -0,26%, ambas com ajuste sazonal, sugerem que a economia deve crescer em ritmo mais intenso do que o anteriormente previsto pelo mercado no primeiro trimestre do ano. Essa é a avaliação dos economistas consultados pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) logo após a divulgação nesta segunda-feira, 17, do indicador do BC que serve de referência para o Produto Interno Bruto (PIB).

O dado de fevereiro ficou melhor que o esperado na pesquisa do Projeções Broadcast, que mostrara mediana de 0,50%, a partir do intervalo de recuo de 0,30% a expansão de 1,40%, com ajuste sazonal. No confronto com o segundo mês de 2016, a queda registrada, sem ajuste, foi de 0,73%, também mais favorável do que previsto pelo mercado, que estimava mediana negativa de 2,55%, com previsões que variavam de -3,30% a -0,60%.

Segundo os especialistas, os dados apresentados nesta segunda-feira sugerem cuidado, contudo. Isso porque essa posição mais otimista em relação ao desempenho da atividade nos primeiros três meses de 2017 deve-se, principalmente, às revisões acentuadas para cima na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) e na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de janeiro, que também influenciaram as sondagens de fevereiro, gerando surpresa generalizada no mercado.

As revisões dos dados aconteceram devido à mudança metodológica nas duas sondagens realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que incluem aumento na amostra de empresas participantes, alteração no ano base das pesquisas para 2014 e a adoção de novas ponderações para as empresas.

"Os números estão surpreendendo. Devemos ter um primeiro trimestre muito melhor que o previsto. Muito desse desempenho tem a ver com as revisões nas pesquisas de varejo e de serviços do IBGE", explica o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa, que estima 0,2% para o PIB do período, mas adianta que o número será alterado para cima.

A economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara, também acredita que os dados do IBC-Br de fevereiro reforçam a percepção que o País sairá da recessão técnica no primeiro trimestre do ano, com crescimento de ao menos 0,2%, tendo a possibilidade de ter alta em torno de 0,50%, antecipa ela. "O dado do IBC-Br de fevereiro veio muito bom, até melhor do que a PMC e a PMS tinham apontado, o que sinaliza que devemos ter um bom primeiro trimestre."

Thaís lembra que, além do desempenho melhor visto no comércio após a revisão metodológica da pesquisa, a safra agrícola recorde deve sustentar o avanço previsto para o PIB entre janeiro e março, e que esse crescimento é condizente com a expectativa de recuperação lenta e gradual da economia. "Não veremos crescimento 'meteórico' ao longo do ano, mas vamos gradualmente para o terreno positivo", diz ela.

O Banco Safra, após os dados divulgados nesta segunda-feira, calcula que a herança estatística para o PIB do primeiro trimestre é positiva em 1,5% e sua estimativa é de crescimento de 0,5% no período e de 0,2% no ano.

O Haitong Banco de Investimento do Brasil e a Tendências Consultoria Integrada mostram mais cautela mesmo após os números melhores de janeiro e fevereiro do IBC-Br derivados da mudança na metodologia do IBGE.

Para o economista-sênior do Haitong, Flávio Serrano, o avanço do indicador é pontual e não indica tendência de recuperação da atividade, que deve se acomodar daqui para frente. Nos seus cálculos, o PIB deve encerrar os primeiros três meses do ano com ligeira alta de 0,1% e, o ano, em estabilidade.

"O consumo e os serviços pararam de cair, mas continuam andando de lado. Esse aumento de 1,31% não reflete uma reversão de cenário", completa o economista da Tendências Bruno Levy.

Camargo Rosa, da SulAmérica, também pondera que a melhora verificada no IBC-Br está mais relacionada a questões estatísticas do que a um cenário de retomada consistente da economia. "O desemprego ainda está elevado, há restrição para crédito e o endividamento está alto. Talvez em março, possamos ver algo um pouco diferente por causa do efeito do uso do FGTS, que pode dar um alento para reduzir as dívidas e até mesmo elevar um pouco o consumo", avalia.

O analista da Tendências reforça que os fundamentos não mudaram e que o BC tem conhecimento, então deve continuar cuidadoso com o desempenho da atividade sem alterar a trajetória de sua política monetária.


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