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Estado de Minas

Cenário mundial é incerto em contexto de recuperação da atividade, diz Ilan


postado em 27/03/2017 22:31

São Paulo, 27 - O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou na noite desta segunda-feira que o atual cenário econômico mundial é "especialmente incerto", mas está inserido em contexto "de recuperação gradual" da atividade global.

"Há incertezas quanto à implementação e possíveis repercussões externas da política econômica do novo governo nos Estados Unidos, na área do comercio internacional, estímulos fiscais, desregulamentação financeira e outros", destacou.

A avaliação faz parte de discurso feito em jantar oferecido pelo Museu Judaico de São Paulo. A reunião não foi aberta para imprensa, mas os principais pontos da fala do presidente do BC foram publicados no site da autoridade monetária.

Ilan ressaltou ainda que os Estados Unidos estão perto do pleno emprego e o efeito dos estímulos pode ser mais limitado. "É mais provável que em outras regiões, como a Europa, o estímulo global produza efeitos positivos no crescimento, com menores impactos na inflação e na política monetária", avaliou. "Essa assimetria tende a fortalecer o dólar e colocar maior pressão nas taxas de juros americanas", acrescentou.

Na sequência, o presidente do BC avaliou que a incerteza do cenário global pode ter implicações para as economias emergentes, mas ponderou que o Brasil está menos vulnerável a choques externos, com o balanço de pagamentos numa situação confortável. "O balanço de transações correntes apresentou em 2016 um déficit de 1,3% do PIB, enquanto investimentos diretos registraram 4,4% do PIB - desses são 3% de participação de capital e 1,4% em empréstimos intercompanhias", disse.

Além disso, continuou, o regime de câmbio flutuante é a primeira linha de defesa contra choques externos. "Isso não impede o BC de usar os instrumentos à sua disposição para evitar volatilidade excessiva no mercado de câmbio", afirmou.

Ele destacou também que o estoque de reservas internacionais ultrapassa US$ 370 bilhões, aproximadamente 20% do PIB. "Esse colchão funciona como um seguro em momentos turbulentos do mercado", disse Ilan, lembrando que o estoque de swaps cambiais foi reduzido de U$108 bilhões para U$22 bilhões. "Esse montante menor traz mais conforto".

Apesar das incertezas sobre o cenário externo, afirmou, tanto os EUA quanto outras

economias avançadas vêm se recuperando. "Não podemos descartar a possibilidade de realização de um cenário global mais benigno para o crescimento", disse. (André Ítalo Rocha e Fernando Nakagawa - andre.italo@estadao.com; Fernando.nakagawa@estadao.com)


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