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Estado de Minas

Em 12 meses, saldo de crédito continuou em contração neste início de ano, diz BC


postado em 23/02/2017 14:01

Brasília, 23 - O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, destacou nesta quinta-feira, 23, o fato de o estoque de crédito no Brasil continuar em contração neste início de ano. Ele lembrou que janeiro é marcado pela sazonalidade, o que faz com que o mês seja "mais fraco" para o crédito. Ao mesmo tempo, citou a continuidade do recuo do saldo nos acumulados em 12 meses.

No crédito com recursos livres, o saldo acumulou recuo de 10,7% nos 12 meses encerrados em janeiro, após os 10,2% de queda dos 12 meses até dezembro do ano passado. No caso do crédito com recursos direcionados, há queda acumulada de 10,0% nos 12 meses até janeiro, depois de 8,8% de recuo nos 12 meses até dezembro.

Maciel afirmou que a retração vem sendo vista tanto no caso do crédito livre quanto no direcionado. Segundo ele, a concessão às empresas é um dos fatores para o menor dinamismo do crédito neste início de ano. Por outro lado, o crédito consignado concedido às famílias teve crescimento destacado em janeiro, em parte por conta do reajuste do mínimo.

O chefe do Departamento Econômico do BC destacou ainda que o crédito para aquisição de veículos, em declínio desde 2014, demonstra certa estabilização desde outubro do ano passado. Em janeiro ante dezembro, o saldo para compra de veículos cedeu 0,4%. Em 12 meses, a queda acumulada é de 10,6%.

Serviços

De acordo com o BC, o estoque de crédito variou de dezembro para janeiro deste ano nos três setores de atividade: agropecuária, indústria e serviços. O crédito total caiu 2,4% na margem, para R$ 1,508 trilhão.

A agropecuária cedeu 6,4%, a indústria teve baixa de 1,8% e os serviços cederam 2,6%. No crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), a baixa foi de 6,8%.

O crédito para o setor de serviços ficou em R$ 720,119 bilhões em janeiro. Dentro deste setor, as variações foram as seguintes: comércio (-5,0%), transporte (-1,4%), administração pública (-1,2%) e outros (-1,1%).

Na indústria, o crédito recuou na margem para R$ 734,468 bilhões. Setorialmente, as variações foram as seguintes: extrativa (-1,7%), transformação (-2,4%), construção (-1,8%) e serviços industriais de utilidade pública-SIUP (-0,4%).

Para o setor agropecuário, a queda foi de 6,4% em janeiro ante novembro, para R$ 22,846 bilhões.

BNDES

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central afirmou que o fator para a queda do crédito direcionado às empresas é a retração do crédito em operações do BNDES. Nos 12 meses até janeiro, o crédito direcionado para empresas acumula queda de 10,0%.

Maciel lembrou ainda que, no caso do crédito livre, parte do estoque do crédito às empresas está indexada ao câmbio. Assim, com a queda do dólar ante o real, também há um impacto de redução no estoque de crédito. "O estoque de crédito livre às empresas está se contraindo mais em função do câmbio", afirmou.

O chefe do Departamento Econômico do BC citou, por outro lado, certa reação no crédito para capital de giro e conta garantia às empresas. "No geral, o mercado de crédito continua em contração, mas com dinâmicas distintas. As famílias têm comportamento mais estável e as empresas com crédito recuando."

Concessões

A concessão de créditos do BNDES para as empresas caiu 41,6% em janeiro na comparação com igual mês do ano passado. O dado consta da nota de crédito divulgada pelo Banco Central.

Segundo o BC, a concessão de crédito do BNDES às empresas em janeiro somou R$ 3,491 bilhões, valor 41,6% menor que o observado em igual mês de 2016.

Maciel classificou a queda como "muito intensa". "Essa retração está associada à conjuntura e está em linha com expectativa de recuo do investimento", disse.

A queda nas concessões do BNDES foi liderada pelas linhas de crédito para investimento, que registraram contração de 49,8% no período de 12 meses.

O financiamento agroindustrial concedido pelo BNDES caiu 10,2% na mesma base de comparação.

Por outro lado, o BNDES parece funcionar cada vez mais como um banco que oferece capital de giro às empresas. Em janeiro, o montante concedido saltou 157,2% na comparação com igual período do ano passado.


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